MEMÓRIAS DE SARANDI 1
Época: final dos anos 1940
Humberto Tesser Paris
Vou contar uma história que meu irmão Artemio Paris (a direita na foto) vivenciou. Na época tinha idade por volta de 12 anos.
Estava o Artemio capinando, meio a contragosto, e apareceu um piá oferecendo um sabiá pra vender. Ficou insistindo até que o Artemio falou pra ele ir vender pra outro.
O guri ausentou-se por uns tempos e depois voltou a fim de implicar e repetia: “Artimo, Artimo, vendi meu xabiá por xinco mirréis, Artimo, Artimo, vendi meu xabiá por xinco mirréis, …”
O Artemio não aguentando mais ouvir o piá com aquela chateação, jogou um torrão de terra que o fez cair, gritando:
“Ai, jai, jai, chama meu pai que vo morrê. Ai, jai, jai, chama meu pai que vo morrê, …”
ps.: O piá não morreu e o xábiá era um bem-te-vi.
Na foto, da esquerda para direita: Eu, me primo Paulo Roberto Pezarico e o meu irmão Artemio.
Esta foto foi tirada na gruta localizada em Araripe, interior de Garibaldi-RS, onde meus bisavós, avós e tios moraram antes de irem para Sarandi-RS.