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Melo define como “precário” o novo modelo de cogestão do RS

| Foto: Mateus Raugust / PMPA / CP

O prefeito de Porto Alegre manifestou-se sobre a retomada do sistema do Distanciamento Controlado

Melo se manifestou no final de semana sobre o novo “modelo” de cogestão

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, se manifestou no final de semana sobre o novo “modelo” de cogestão do sistema do Distanciamento Controlado no Rio Grande do Sul, em que afirmou que “o anúncio feito pelo governador não é cogestão”. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, ele frisou que não se trata de uma crítica, mas sim de um posicionamento. “Somos de muito diálogo, mas dialogar não significa não ter posicionamento”, afirmou. De acordo com ele, quando o governador suspendeu a cogestão e depois retomou, “sem conversa”, o modelo passa a uma “cogestão precária”.

“Não é possível que os bares e restaurantes, um dos setores mais prejudicados, tenham que fechar às 18h enquanto os demais ficam abertos até as 20h, eu não acho isso correto, de jeito nenhum”, assinalou o prefeito. Conforme Melo, com as cautelas que todos vão adotar, “terminar as atividades na sexta-feira também não é correto”. “Não é uma crítica, mas é meu posicionamento”, definiu.

Como o governador tomou uma decisão pública na sexta-feira e anunciou no final da tarde que os negócios estariam abertos na segunda-feira, Melo informou que passou o final de semana trabalhando em cima das novidades. Ele afirmou que não é necessário um novo decreto municipal, pois o regramento observado está no decreto estadual.

“Melhor remédio para economia é a vacina”

Já com relação à compra das vacinas por parte dos municípios, Melo afirmou que o prefeito Gean Loureiro (DEM), de Florianópolis, será o coordenador do consórcio para compra dos imunizantes. “Foi criado um colegiado e estamos bem adiantados para a compra, então o consórcio, através do Gean, vai liderar esse processo”, explicou. E ainda reiterou que o melhor remédio para a economia, nesse momento, é a vacina. “Isso vai fazer com que a cidade volte a funcionar, vai dar segurança para as pessoas e a economia vai girar”, reiterou.

Além disso, Melo comentou sobre a expansão da vacinação e a liberação das doses que estariam reservadas para uma segunda fase de aplicações. Ele garantiu que “se tiver que pagar hora extra vamos pagar, se tiver que aumentar a equipe vamos aumentar, o certo é que vamos fazer um trabalho rápido para a vacina chegar, segura, nas faixas que estão sendo escaladas”, frisou.

Melo ainda ressaltou que a Prefeitura de Porto Alegre segue a aplicação das doses previstas no Plano Nacional de Vacinação e que, por isso, não pode alterar os grupos prioritários. Segundo ele, há pressão de diversos públicos como agentes de segurança e também motoristas de ônibus e agentes funerários, por exemplo. Com o carregamento das novas vacinas que chegaram e com a ampliação da vacina, o prefeito afirmou que é possível que a imunização chegue, em breve, à população de 69 anos em Porto Alegre.

Sobre o papel do Judiciário, Melo afirmou que o governador tomou uma decisão sobre abertura ou não das atividades e questionou “quem deve tomar essa decisão: um juiz ou um prefeito?”. “Havia um decreto que não tinha sido publicado e já havia uma decisão judicial, acho que essas coisas não podem ser desse jeito”, frisou.

Melo ainda ressaltou que isso gerou uma insegurança no final de semana. “Vivo essa cidade intensamente, quem toma essas decisões devia ir em uma comunidade ver as pessoas brigando por um prato de comida”, disse. Segundo Melo, os prefeitos também têm que ter essa sensibilidade: “Aqueles que recebem em dia e estão em casa, têm um olhar sobre a pandemia, e aqueles que não recebem nada? E aqueles que trabalham duro para poder levar comida para o filho que está esperando?”, questionou.

 

Prefeito defendeu volta da educação infantil

A respeito da suspensão das aulas na educação infantil, Melo frisou que se trata “de mais uma judicialização da política”. “Esse assunto foi judicializado, uma liminar foi concedida e, portanto, hoje estamos impedidos”, afirmou. Segundo ele, são mais de 200 creches conveniadas, fora as outras dezenas que existem na cidade, na rede privada. “Se fosse da vontade do governo municipal, isso já estaria resolvido, mas a judicialização da política faz com que hoje as escolas infantis não estejam funcionando”, comentou.