A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) confirmou, nesta quarta-feira, que mais de 800 detentos deixaram de ser apresentados em audiências judiciais, em razão da paralisação dos agentes penitenciários, desde o início da semana no Rio Grande do Sul. Ao longo da quarta, a Divisão de Segurança e Escolta (DES) da Susepe cancelou o transporte de 255. Na terça, foram 299 e, na segunda, 253.
A Susepe também admite que o protesto de agentes ocorreu em 100% dos presídios e que a entrada de visitantes se manteve restrita a uma pessoa por detento, contra o limite legal de três. Nenhuma sacola, com alimentos ou pertences levados aos apenados, foi liberada para ingresso.
Ainda que a Superintendência assegure que o clima de normalidade se manteve nas unidades prisionais, a reportagem do Correio do Povo apurou que detentas da Penitenciária Feminina de Guaíba atearam fogo em uniformes em protesto contra o retardamento e a restrição de visitas de familiares.
Na terça, a Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana registrou um princípio de rebelião. Um grupo de presos provocou um incêndio em colchões devido à falta de policiais militares para realizar a segurança externa da cadeia, o que impediu a saída das celas para o banho do sol. Ninguém ficou ferido.
Entenda
Agentes penitenciários fazem, pelo menos até quinta-feira, paralisações contra o parcelamento de salários pelo governo gaúcho. A Amapergs Sindicato montou acampamentos em frente dos presídios, inclusive nos de regime aberto e semiaberto. Na Capital, a mobilização ocorre na Penitenciária Feminina Madre Pelletier e Instituto Psiquiátrico Forense, além dos albergues.
Fonte Correio do Povo