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Maioria dos deputados gaúchos é a favor de eleições em novembro

Mesmo assim, ainda há necessidade de avançar na análise de pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado

Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados

Câmara deve votar na próxima semana PEC que prevê adiamento das eleições 

A maioria dos deputados federais gaúchos é a favor do adiamento das eleições municipais, previstas para outubro. De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado, na segunda-feira passada, o pleito deve ser transferido para os dias 15 e 29 de novembro, respectivamente em primeiro e segundo turno. Mesmo assim, alguns parlamentares ainda resistem a pontos do texto.

Segundo levantamento do Correio do Povo e da Rádio Guaíba, dos 31 parlamentares, 24 são favoráveis à mudança nas datas, conforme previsto na PEC. Quatro deputados devem votar contra a proposta e três vão seguir orientação do partido.

A previsão é de que a matéria seja analisada na próxima semana na Câmara. Por ser uma PEC é preciso que ela tenha, no mínimo, 3/5 dos votos, o que representa 308 parlamentares, em dois turnos de votação.

Sem unanimidade dentro dos partidos, os progressistas Afonso Hamm e Jerônimo Goergen (PP) devem votar contra a PEC por entenderem que as eleições devem ser mantidas dentro do calendário já estabelecido. Já o deputado Pedro Westphalen, também do PP, aguarda a bancada fechar questão.

Carlos Gomes (Republicanos) é contra a mudança. Segundo ele, não há dados científicos que comprovem que a situação da pandemia em novembro pode ser melhor do que em outubro. Sanderson (PSL) também é a favor de manter o calendário atual.

“Eu voto pelo adiamento porque sou de um partido pequeno e a eleição em 4 de outubro vai favorecer os prefeitos que vão buscar a reeleição. Eu quero dar oportunidade para outras pessoas”, justificou o coordenador da bancada gaúcha, Giovani Cherini (PL). Segundo a líder do PSol, Fernanda Melchionna, é “inviável fazer eleições dia 4 de outubro”. Além disso, ela adverte para movimentos que defendem a prorrogação dos mandatos por mais dois anos. “Acho um ataque ao direito de escolha do povo”, afirmou.

“Nossa bancada (PT) vota pelo adiamento motivado pelo momento sanitário. Está afastado para nós, apoiarmos qualquer prorrogação de mandato. Assegurado isto, podemos alterar para melhor proteger as pessoas do contágio, as datas do pleito”, avaliou a deputada Maria do Rosário. Da mesma bancada, Henrique Fontana ressaltou que a importância de todo o texto da PEC ser lido, antes de uma posição integral.

Alguns deputados seguem esperando orientação do partido. Esse é o caso do PTB, com Maurício Dziedricki e Ronaldo Santini, que já externou a defesa de prorrogar as eleições para 2022, para que seja feito um pleito único. O deputado Marcel van Hattem (Novo) pondera que se for apenas a mudança de data deve votar a favor da PEC. “Porém, se tiver outras coisas além disso, voto contra”, comentou.

Como deve votar cada deputado federal do RS
A favor das novas datas: Afonso Motta (PDT); Alceu Moreira (MDB); Bibo Nunes (PSL); Bohn Gass (PT); Daniel Trzeciak (PSDB); Danrlei de Deus Hinterholz (PSD); Fernanda Melchionna (PSol); Giovani Cherini (PL); Giovani Feltes (MDB); Heitor Schuch (PSB); Henrique Fontana (PT); Liziane Bayer (PSB); Lucas Redecker (PSDB); Marcel van Hattem (Novo); Marcelo Brum (PSL); Marcelo Moraes (PTB); Márcio Biolchi (MDB); Marcon (PT); Maria do Rosário (PT); Marlon Santos (PDT); Nereu Crispim (PSL); Osmar Terra (MDB); Paulo Pimenta (PT); Pompeo de Mattos (PDT).

Manutenção das datas: Afonso Hamm (PP); Carlos Gomes (Republicanos); Jerônimo Goergen (PP); Sanderson (PSL).

Lucas Rivas/Rádio Guaíba e Mauren Xavier/Correio do Povo