Noruega atuará como mediadora e possivelmente o governo dos Estados Unidos também participe
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse neste sábado que espera a instalação em agosto de uma mesa de negociação com a oposição no México, com a Noruega como mediadora e da qual “possivelmente” participará o governo dos Estados Unidos.
“Já temos pré-conversada uma agenda complexa, difícil, e chegamos a um acordo sobre as bases do início do diálogo e espero que poder instalar no início do mês de agosto no México” essa mesa “com a ajuda do governo da Noruega e possivelmente a participação de governos do mundo (…) entre eles os Estados Unidos”, destacou o presidente em entrevista ao canal Telesur.
Maduro tinha condicionado sua participação à suspensão de sanções econômicas, que incluem um embargo ao petróleo venezuelano, que lhe fecharam as vias de financiamento em meio a uma dura crise econômica.
“Estamos perto já, eu diria: de 1 a 10 poderíamos dizer que chegamos a 9 e nos próximos dias, nestas negociações, que até agora são secretas, de que participa o governo da Noruega, se chegue a um acordo definitivo”, destacou o presidente.
Guaidó também disse estar pronto para dialogar com o governo. Ele exige um cronograma de eleições que inclua eleições presidenciais em troca de uma “suspensão progressiva” das sanções.
Os Estados Unidos e a União Europeia já expressaram sua disposição em revisar as medidas coercitivas se avançarem as discussões em prol de eleições “confiáveis”.
A Venezuela se prepara precisamente para celebrar eleições de prefeitos e governadores em 21 de novembro, que Maduro se comprometeu a respeitar, buscando recuperar reconhecimento internacional. Dividida, a oposição, que boicotou as eleições presidenciais de 2018 e as legislativas de 2020, enfrenta o dilema de participar ou não.
A última vez que governo e oposição dialogaram em uma mesa de negociações foi em Barbados em 2019, auspiciados também pela Noruega. Estes diálogos terminaram sem acordos. Estes novos diálogos são preparados, ainda, após a prisão do ex-deputado Freddy Guevara, muito próximo de Guaidó, acusado de terrorismo e traição à pátria.
Correio do Povo