Oitiva ocorreu em Guaíba, onde Graciele Ugulini está presa
Madrasta presta depoimento sobre morte da mãe do menino Bernardo | Foto: André Ávila / CP Memória
A madrasta do menino Bernardo Boldrini, Graciele Ugulini, prestou depoimento à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira. A oitiva faz parte da nova investigação que apura a morte da mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, em 2010.
O delegado responsável, Marcelo Lech, não quis divulgar o teor do depoimento, que foi realizado na Delegacia de Guaíba, cidade onde Graciele está presa. Conforme Lech, pelo menos 40 pessoas já foram ouvidas no trabalho, que ainda não tem prazo para ser concluído.
A reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo Boldrini foi determinada pelo poder judiciário em maio deste ano. Em 2010, Odilaine foi encontrada morta com um tiro dentro da clínica médica do marido, Leandro Boldrini, no município de Três Passos. A conclusão do inquérito indicou suicídio. Uma perícia particular, contratada por Jussara Uglione, mãe de Odilaine, apontou evidências de que a morte não se tratou de suicídio.
O menino Bernardo Boldrini foi morto em abril de 2014, no Norte do Estado. O pai, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e outras duas pessoas, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz, respondem pelo crime.
Caso Bernardo
Bernardo Boldrini, 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).
A polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um “estorvo” para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo o inquérito, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.
Rádio Guaíba
Correio do Povo