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Leite é inflamatório? Confira mitos e verdades sobre o alimento

Leite é inflamatório? Confira mitos e verdades sobre o alimento
Beber leite reduz o risco de osteopenia, osteoporose e doenças crônicas, aponta estudo

Foto: Freepik

Leite é fundamental para uma dieta balanceada e para o crescimento saudável Reconhecido por seu alto valor nutricional, o leite é uma fonte importante de nutrientes, fundamental para uma dieta balanceada e o crescimento saudável. Contudo, a disseminação de informações sem respaldo científico, especialmente nas redes sociais, tem gerado incertezas entre consumidores e profissionais de saúde, levando muitas pessoas a cortar esse produto da rotina alimentar.“O leite e seus derivados são a melhor fonte de cálcio para os ossos. Nós, que cuidamos de pacientes com osteoporose, nos preocupamos demais com essa ‘moda’ de eliminar o leite da dieta sem indicação médica para isso. Os prejuízos para a massa óssea são imensos”, comenta o médico Sergio Maeda, endocrinologista e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).

Por conta dos aspectos nutricionais envolvidos no consumo do leite de vaca, associações ligadas à nutrologia e nutrição publicaram um recente consenso sobre o consumo de leite pelos humanos com base em evidências científicas.

A Abrasso destacou os principais trechos deste consenso, que se refere ao consumo de leite para crianças a partir de um ano de idade (na impossibilidade de amamentação), adolescentes, adultos e idosos. Confira:

1) Consumo de leite de vaca:

 é adequado para o consumo humano devido à capacidade evolutiva e adaptativa dos humanos;
• é fonte relevante de proteínas, vitaminas e, principalmente, a principal fonte alimentar de cálcio.

2) Benefícios do consumo de leite nas diferentes fases da vida:

• alta densidade nutricional, fornecimento de proteínas, cálcio e componentes funcionais;
• auxilia no crescimento e estruturação óssea na infância e adolescência;
• reduz o risco de osteopenia, osteoporose, doenças crônicas (diabetes, obesidade), doenças cardiovasculares e hipertensão;
previne a sarcopenia na senescência.Gestantes e lactantes também precisam de aporte de cálcio, preferencialmente por meio da alimentação, pois, sem isso, há importante prejuízo para o osso materno. Inclusive, já atendi pacientes com fratura vertebral em razão da exclusão do leite na dieta da mãe”, conta Sergio Maeda.

3) Relação entre leite de vaca e inflamação:

• não há evidências científicas de que o leite seja inflamatório;
• estudos indicam que a ingestão de laticínios pode melhorar biomarcadores inflamatórios;
• o consumo de leite só está associado à inflamações em pessoas com alergia à proteína do leite de vaca (APLV).

4) Leite de vaca e intolerância à lactose:

 o consumo de leite de vaca não aumenta o risco de desenvolver intolerância à lactose;
• maior consumo de leite pode reduzir o risco de intolerância à lactose;
• a intolerância autopercebida não confirmada clinicamente pode levar a perdas nutricionais;
• pacientes diagnosticados com intolerância geralmente toleram até 12 g de lactose sem sintomas.

5) Tipos de leite de vaca disponíveis no mercado:

• diferenciados pelo teor de gordura: integral, semidesnatado e desnatado;
• adição/exclusão de nutrientes específicos ou tratamento térmico (pasteurizado, UHT);
• indicação para cada tipo de leite deve ser avaliada individualmente.6) Segurança do leite de vaca UHT:

 processo altamente seguro e validado desde o século XX;
 tratamento térmico seguido de resfriamento e envase em embalagens assépticas garante maior vida útil e segurança microbiológica.

7) Orientações para o consumo de leite de vaca:

• importante em todas as fases da vida: infância, adolescência, gestação, adultos e idosos;
 recomendado por diretrizes internacionais e guias alimentares;
• a inclusão na rotina alimentar dos brasileiros deve ser incentivada, salvo contraindicações.“Vale lembrar que as orientações alimentares devem ser personalizadas, levando em conta as necessidades nutricionais e condições de saúde individuais. Mas o mais importante é acabarmos com essas informações sem respaldo científico e que acabam virando moda e prejudicando a saúde dos brasileiros”, finaliza o endocrinologista.

Correio do Povo