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Jardel nega ter negociado voto: “Sou vítima de acusações mentirosas”

Deputado discursou na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira

   Deputado discursou na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira
   Foto: ALRS / Divulgação / CP

No dia em que partidos de oposição anunciaram a existência de gravações que apontariam que Mario Jardel (PSD) teria negociado seu voto em aprovação de projetos de interesse do Executivo, o deputado usou a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira para se defender das acusações. Jardel disse ser vítima de acusações mentirosas e afirmou ser favorável a uma CPI para provar sua inocência.

“Lamento ter sido envolvido em uma trama que visa difamar a minha pessoa. Não posso ser condenado pela conduta de outras pessoas. Sempre votei e votarei com a minha convicção para atender às necessidades do povo gaúcho. Sou o maior interessado em esclarecer essa situação. Já sugeri à comissão de ética a abertura de uma CPI para averiguar a minha conduta e também de outros que podem ser vítimas”, declarou Jardel.

Na sequência do discurso, Jardel admitiu não ter começado de “forma errada” seu mandato, mas pediu para seus eleitores terem confiança de que não irá decepcioná-los. “Digo a meus eleitores para que confiem em mim. Estou começando na política. Estou começando errado, mas posso melhorar. Tenho absoluta certeza de que neste momento a verdade virá. Deus está comigo e sempre estará. Posso garantir que votei e votarei conforme minha consciência” continuou. 

De acordo com o deputado Juliano Roso, que teve acesso à transcrição das conversas, Jardel teria negociado seu voto com o governo em troca do recebimento de 10 cargos. Ainda segundo Roso, em uma das transcrições haveria a informação que uma das pessoas recebedoras dos cargos não precisariam “nem trabalhar, era só aparecer de vez em quando”. 

Conforme Roso, a documentação foi obtida após ele solicitar ao Ministério Público (MP) o procedimento investigatório completo e receber um DVD que contém 1.318 páginas. Em um segundo momento, como parte das transcrições não ficava clara, o parlamentar fez nova solicitação e recebeu quatro DVDs, também já analisados.

A terceira solicitação diz respeito aos áudios brutos da investigação, que ainda não foram recebidos. As informações não constam no relatório do corregedor-geral da Assembleia Legislativa, deputado Marlon Santos (PDT), porque ele ainda não teria acessado os dados.


Fonte: Correio do Povo