Grupos incitados por extrema direita protestaram violentamente contra passaporte vacinal
Legisladores e políticos italianos de esquerda pediram, neste domingo, medidas para proibir grupos pró-fascismo, um dia depois de manifestantes antivacinas, incitados por líderes de extrema direita, terem invadido um escritório sindical em Roma. Doze manifestantes foram detidos ou presos, disseram as autoridades, incluindo Giuliano Castellino, líder do partido de extrema direita Forza Nuova.
Cerca de 10 mil manifestantes compareceram no sábado, 9, para expressar sua indignação com a exigência imposta pelo governo de que os funcionários tenham um “Passe Verde” para entrar em seus locais de trabalho a partir da próxima sexta-feira, 15. Os passes certificam que uma pessoa recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, tenha recentemente se recuperado do vírus ou apresente resultado negativo em dois dias.
Na noite de sábado, dezenas de manifestantes também invadiram o pronto-socorro da Policlínica Umberto I, para onde um manifestante foi levado depois de se sentir mal. Os invasores levaram horas para serem removidos, disseram funcionários do hospital. O governador Nicola Zingaretti, do Lácio, região que inclui Roma, disse que os culpados parecem ter participado dos protestos antivacinas.
Na confusão ocorrida na clínica, uma enfermeira foi atingida na cabeça por uma garrafa, e dois policiais sofreram hematomas, informou o jornal Corriere della Sera. Entre os que pediram a proscrição de grupos pró-fascismo estava Giuseppe Conte, ex-premiê da Itália e novo líder do movimento populista cinco estrelas. “Não podemos aceitar essas manifestações de banditismo”, disse Conte.
A Constituição italiana proíbe qualquer recriação de partidos fascistas, desde o fim da ditadura de Benito Mussolini. Conte conversou com repórteres do lado de fora da sede do GCIL, onde centenas de apoiadores se manifestaram no domingo em solidariedade. Manifestações semelhantes atraíram simpatizantes em Florença, Bolonha e Milão.
Correio do Povo