PSUV do presidente Nicolás Maduro venceu em Caracas e em 18 das 23 províncias em disputa neste processo
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, afirmou nesta segunda-feira que “seria injusto” rotular de “fracasso” a derrota da oposição nas eleições regionais, que deram uma grande vitória ao chavismo governante.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) do presidente Nicolás Maduro venceu em Caracas e em 18 das 23 províncias em disputa neste processo que marcou o retorno dos principais partidos da oposição, que venceram três.
O opositor chamou de “absolutamente falho” e “claramente desigual” o processo eleitoral de domingo, apesar da presença de observadores internacionais após anos de ausência, uma das condições mais exigidas pela oposição.
Guaidó – reconhecido como presidente interino do país por cinquenta nações, embora na prática o controle do território esteja nas mãos do presidente Nicolás Maduro – destacou a “evidente necessidade de unificação” como “reflexo do que aconteceu ontem”. “É um evento que deve nos levar a mais unidade, uma unidade sincera”, disse em meio a divisões e confrontos internos com outros líderes que rejeitam a figura do “governo interino” que dirige.
“É o momento de abrir os braços”, disse o dirigente, destacando que os setores da oposição têm “semanas” discutindo a “reconstrução da alternativa democrática”.
A oposição, enfraquecida e fragmentada, venceu em três estados com a volta de seus principais partidos às urnas, após três anos de boicote e apelos à abstenção. “Quem conseguiu arrancar (cargos) da ditadura fez uma façanha (…), tem meu respeito”, exclamou Guaidó.
As eleições regionais eram consideradas um novo ponto de partida tanto para Maduro, que busca o fim das sanções internacionais, como para a oposição, que retornou ao processo eleitoral com o olhar voltado para uma eleição presidencial “transparente” em 2024, embora no próximo ano exista a possibilidade de um referendo para revogar o mandato de Maduro.
As autoridades eleitorais ofereceram nesta segunda-feira um segundo balanço que mostra uma participação de 42,26% dos 21 milhões de eleitores chamados a votar. Até agora, o saldo total não foi oferecido.
Correio do Povo