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A importância do negro no Rio Grande do Sul – Leonardo Pinheiro

O negro tem sua presença marcada no cenário histórico rio-grandense desde 1725. Com a fundação do Forte Jesus Maria José, em 1737, vários negros vieram para o Rio Grande do Sul com o intuito de mão de obra escrava.

A figura do negro no Rio Grande do Sul pode ser vista e prestigiada a partir de vários momentos. Enquanto escravo e também após a abolição, como homem livre. Quando escravo, o negro destacou-se nas lides de campo, como domador, peão de estância e também nas grandes charqueadas, onde a mão de obra escrava sempre foi essencial para a economia do nosso estado na época.

Durante as guerras e revoluções, foi a peça que, junto com os demais soldados, mancharam de sangue esta terra para hoje sermos o que somos, um povo de garra, fibra, coragem, os quais os negros muito lutaram em busca da igualdade e humanidade para todos. Destacou-se principalmente do decênio heroico, onde juntamente com os farrapos foram especialmente famosos, comandados por um branco, o tenente Coronel Joaquim Teixeira Nunes, no Exército de Canabarro.

Na cidade, os negros ficavam dentro das casas de oficio, tinha suas irmandades e festas, até mesmo com capelas próprias. Em seus autos folclóricos destacavam os Moçambiques, Congadas e Quicumbis.

No Rio Grande do Sul não ganhou terras e nem sementes, e foi em Pelotas que vivenciou todos os horrores possíveis do cativeiro, onde o negro fujão era chamado de “Caiombola”. Não podemos esquecer que foi aqui que gerou uma forte cultura e lendas belíssimas, como a do Negrinho do Pastoreio.

No ano de 1888, quando a Princesa Isabel aboliu a escravidão através da Lei Áurea, praticamente não existiam mais negros escravos no Rio Grande do Sul, e foi a província pioneira como abolicionista.

O negro marcou nossa história sul rio-grandense, seja na culinária, na mão de obra escrava ou até mesmo nas guerras, todos nós devemos um grande reconhecimento e respeito a essa raça, que muito nos moldou, frisou a ferro e fogo para hoje sermos o que somos um povo de diferenciado com uma cultura rica, podendo viver em harmonia e respeito através das gerações.

Acima de sermos negros, brancos, árabes, holandeses, judeus, americanos, ucranianos, enfim seja qual for nossa raça, somos todos “seres humanos”. Pois quem almeja dias felizes precisa aprender a amar profundamente a espécie humana, e estará contribuindo para dias melhores e a igualdade de todos nós.

Leonardo Pinheiro