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Identificados mais de 200 casos de surto relacionado a consumo de picolé no RS

Empresa de Sapiranga sugere que produto pode ter sido revendido

Cerca de 200 casos de um surto relacionado ao consumo de picolés de uma marca do Vale do Sinos foram já foram identificados em Sapiranga e Xangri-lá, além de ocorrências ainda não contabilizados nas cidades de Canela e Gramado. Todas pessoas foram atendidas ambulatorialmente, sem necessidade de hospitalização. Amostras do produto e da água utilizada na produção foram encaminhadas para análise laboratorial, assim como exames de pessoas com sintomas para a identificação da doença. Assim que houver resultado sobre o produto, feito com o objetivo de verificar se há relação entre o consumo do picolé e os sintomas nos consumidores, ele vai ser divulgado, garante o Centro Estadual de Vigilância em Saúde.

Ontem, o órgão ligado à Secretaria Estadual da Saúde divulgou um alerta sobre o consumo de picolés da marca FrutiBom, com sede em Sapiranga e que não possuía licença para a produção do alimento. O picolé é suspeito de causar surto hídrico em consumidores que tiveram sintomas de náusea, vômitos, dor abdominal e diarreia. Os primeiros relatos de mal-estar após o consumo surgiram na última sexta-feira.

A partir da notificação, o Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Cevs iniciou a investigar a situação. A Vigilância também solicitou a interdição cautelar de todos os produtos gelados comestíveis da empresa Caliston Otoniel Oliveira, que fabrica a marca FrutiBom.

Aos consumidores, a orientação é que, caso tenham ingerido o produto e apresentado sintomas como os até agora relatados, entrem em contato imediatamente a vigilância em saúde ou liguem para o Disque-Vigilância do Cevs, através do fone 150. Caso necessário, procure atendimento médico. Se a pessoa ainda tiver o produto, deve mantê-lo fora do alcance de crianças e na embalagem original.

A fiscalização do município já identificou que, além da falta da autorização, a empresa não fazia a pasteurização (processo utilizado para destruir microrganismos patogênicos existentes nos produtos) dos lotes que produzia.

Empresa sugere que picolé pode ter sido revendido
Segundo Cáliston Otoniel Oliveira, filho da proprietária da Frutibom e representante da empresa, picolés da marca são vendidos somente em Sapiranga. “Nosso picolé nem chega nas cidades do litoral Norte. Não temos o controle de quem compra nossos produtos e revende em outros municípios”, explica. De acordo com Oliveira, produtos utilizados para a produção dos picolés foram coletados e um laudo laboratorial deve sair até esta sexta-feira.

Ainda segundo ele, a empresa está sendo responsabilizada por ser a única com todos os dados, como telefone de contato e endereço, nas embalagens. “Vamos reverter essa situação com o laudo que sai nesta sexta-feira, temos certeza que nosso produto não é o causador de tudo isso”, finaliza.

Correio do Povo e Rádio Guaíba