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Governo vai cassar registro de três frigoríficos

De um total de 302 amostras analisadas, uma tinha a bactéria estafilococo e sete tinham salmonela

Ministério da Agricultura fez auditoria nos 21 frigoríficos | Foto: Alina Souza / CP Memória

A auditoria que o Ministério da Agricultura fez nos 21 frigoríficos que foram alvo da operação Carne Fraca encontrou produtos que poderiam prejudicar a saúde da população. De um total de 302 amostras analisadas, uma tinha a bactéria estafilococo, que pode causar vômito e diarreia, e sete tinham salmonela. Alguns tipos de salmonela também causam esses sintomas, mas não as que estavam nos hambúrgueres.

Após divulgar os resultados, o secretário executivo da pasta, Eumar Novacki anunciou que, como resultado da auditoria, o ministério iniciou procedimentos para cassar o registro de três frigoríficos: Peccin, Souza Ramos e Central de Carnes – este, por fraudes de caráter econômico, segundo o ministério. Além disso, esses frigoríficos poderão ter problemas na esfera criminal. A pasta vai encaminhar os indícios de crime para a PF e para o Ministério Público.

Todas as amostras com salmonela eram de hambúrguer comercializado como Novilho Nobre, produzido pela Transmeat, cuja linha de produção foi interditada. Já a estafilococo foi encontrada em uma amostra de linguiça da Frigosantos. Nesse frigorífico, o problema foi descoberto nesta quinta por isso as providências ainda estavam em curso, mas a linha também será interditada. Os produtos serão apreendidos e descartados.

Os fiscais também detectaram, nas salsichas e linguiças dos frigoríficos Peccin e Souza Ramos, uso de ácido sórbico – conservante permitido, mas não em embutidos, pois pode maquiar uso de matéria-prima próxima ao vencimento.

Em 31 amostras, foram encontradas fraudes econômicas, como excesso de água no frango processado pela BRF em sua planta em Mineiros (GO) e no produto da Frango DM, de Arapongas (PR). Nas salsichas da Peccin e da Souza Ramos, havia amido acima do permitido.

Outro lado

A Transmeat divulgou uma nota técnica na qual explica que o hambúrguer é feito com carne bovina e gordura suína (toucinho), o que é permitido. E, na carne suína, é permitida uma presença mínima de salmonela. O ministério havia informado mais cedo que não é tolerada a presença de salmonela em hambúrgueres.

A Frigosantos informou por nota que a produção “é fundada nos mais rigorosos controles de qualidade e higiene.” A BRF e a Frango DM questionaram o resultado e informaram haver solicitado contraprova à Agricultura. O jornal “O Estado de S. Paulo” não conseguiu contato com a Peccin. A Central de Carnes pediu cancelamento de sua inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Souza Ramos encerrou suas atividades.

Correio do Povo