Possibilidade de nova paralisação marcada para 29 de abril mobilizou Ministério da Infraestrutura
Depois de quase cinco horas de reunião em Brasília, entre o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e os caminhoneiros, o caminho da negociação foi o escolhido. O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, também esteve na reunião, que foi motivada pela possibilidade de uma suposta paralisação agendada pelos caminhoneiros para o dia 29 de abril. A categoria se queixa que a legislação não está sendo cumprida.
“O mais importante é que a gente, novamente, firmou o compromisso do diálogo, que é firme. É firme o propósito do governo de prestigiar e conversar com a categoria”, ressaltou o ministro, considerando que este é o caminho certo. O presidente da CNTA, Diumar Bueno, disse que houve um esclarecimento importante e a construção de uma agenda positiva para a solução de problema dos caminhoneiros. “Acendeu uma luz maior do que nós já tínhamos apostado nesse governo, principalmente com relação ao piso mínimo do frete”, comentou.
A CNTA ressaltou que o aumento de R$ 0,10 no preço do litro do óleo diesel aumentou a inquietação dos caminhoneiros que já “carregam desde o ano passado a frustração de não ter a lei do valor mínimo do frete cumprida”. A norma estabelece as regras para que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) defina o piso. A intenção do setor é que o processo de fixação dos preços mínimos para o frete seja técnico, fiscalizado e com ampla publicidade.
O porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não vê motivo para uma nova greve geral de caminhoneiros. “A expectativa do governo, que mantém diuturnamente canal de ligação aberto com a categoria, é de que não há motivos para essa paralisação”, disse Rêgo Barros.
O presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS (Fecam-RS), André Luis Costa, não recomenda a greve, mas entende as posições “mais exacerbadas” que estão instigando parte da categoria a aderir a uma paralisação. “Entendemos que o momento é delicado e não possui espaço para um movimento que pode encaminhar para outras questões que não as relativas aos problemas do caminhoneiro autônomo”, apaziguou.
• Nota divulgada pelo Ministério da Infraestrutura:
O Ministério da Infraestrutura firmou com a categoria uma agenda de trabalho a curto prazo. O objetivo é amortecer o efeito da variação do preço do diesel para a categoria e estabelecer o compromisso de manter aberto o diálogo com as lideranças.
Após ouvir as reivindicações, foram firmados os seguintes compromissos:
• Estudar a eliminação de multas desnecessárias aos caminhoneiros;
• Transferência do custo do diesel para a tabela do frete;
• A fiscalização efetiva da referência de custo do piso mínimo do frete;
• A celebração de um termo de compromisso com as entidades representantes da categoria para tornar mais efetiva a fiscalização.
De acordo com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, “a construção dessa agenda vai amortecer o efeito do diesel, vai fazer com que o dinheiro sobre na contratação de cada frete e vai fazer com que a referência de preço seja praticada”, disse. “Estamos com uma agenda sólida, que está sendo construída com base numa conversa e nos pleitos dos caminhoneiros”, finalizou Freitas.
Correio do Povo