Os golpes por Pix no Brasil devem atingir R$ 11 bilhões em 2028, segundo projeção da ACI Worldwide, empresa especializada em serviços de tecnologia com meios de pagamentos. Segundo o estudo divulgado nesta terça-feira, 21, as perdas financeiras por golpes em formas de pagamento em tempo real – tais como o Pix – representam 63% de todas as perdas por fraude via aplicativos em todo o mundo. Em 2028, elas devem representar 80% do total.
Segundo o relatório divulgado nesta terça, denominado “2024 Scamscope – The Battle for Trust” (“Escopo de fraude 2024 – A Batalha pela Confiança”, em tradução livre), quem deve liderar o ranking são os Estados Unidos, que devem amargar R$ 12,46 bilhões em perdas financeiras por meios de pagamento instantâneos.
O comparativo é feito entre os anos de 2023 e 2028, demonstrando como será o comportamento das fraudes no período.
Em 2023, o Brasil era o quinto com mais golpes, segundo o levantamento, em fraudes que somavam R$ 2,12 bilhões. A liderança era dos Estados Unidos, com R$ 5,23 bilhões.
Dark web
Segundo os autores, com o aumento dos pagamentos em tempo real, os golpistas estão usando até IA para realizar os ataques, “automatizando golpes, melhorando o conteúdo, escopo e alcance de golpes”, informa trecho do estudo.
A análise indica ainda que os criminosos estão abrindo contas usando identidades sintéticas [quando são usadas informações falsas e reais] alimentadas por dados da dark web, ou mesmo comprando ou extorquindo de detentores legítimos de contas.
“Para enfrentar esses desafios, identificar tendências e fechar o cerco aos golpistas, bancos devem ‘combater fogo com fogo’ ao utilizar IA para ajudar a analisar dados de transações, sinalizar comportamentos suspeitos e facilitar a colaboração em tempo real com outros bancos”, diz o estudo.
Brasil
O ‘2024 Scamscope – The Battle for Trust” traz uma extensa análise de cada um dos países estudados. No capitulo sobre o Brasil, eles se debruçam sobre o Pix.
No entanto, segundo escrevem, essa mesma velocidade e facilidade também atraíram a atenção de fraudadores, que buscam explorar as brechas do sistema para realizar golpes financeiros.
Para que os esforços tenham sucesso, segundo a análise, é necessária uma integração de provedores de internet e de comunicação, além de campanhas de conscientização para clientes.
“Embora o Brasil tenha feito avanços significativos no combate à fraude em APP, a batalha está longe de terminar. Sistemas de pagamento em tempo real são uma parte vital da economia moderna, mas vêm com riscos inerentes que requerem monitoramento constante e soluções inovadoras”, diz um trecho da análise.
Como identificar e se prevenir de golpes? Veja 10 dicas
– Evite clicar em links estranhos enviados por WhatsApp, SMS ou e-mail;
– Utilize senhas fortes em seus dispositivos, a autenticação de dois fatores e nunca passe para terceiros. Essas medidas evitam que as contas em redes, como WhatsApp, sejam clonadas e utilizadas por golpistas para que apliquem golpes em parentes e amigos;
– Verifique se o site em que deseja realizar a compra possui o certificado digital, ou seja, links que comecem com o “https”;
– Evite passar dados pessoais por ligação. Os criminosos utilizam essas informações para enviar links falsos na tentativa de aplicar golpes;
– Monitore seu CPF regularmente para saber se não há registros. Dessa forma, o consumidor consegue saber de forma mais rápido se o seu nome está sendo usado por terceiros;
– Verifique os comentários de outros consumidores. O consumidor pode conferir a reputação da empresa por meio de sites, como o Reclame Aqui;
– Desconfie de ofertas com grandes diferenças de preços e últimos itens no estoque;
– Verifique se os dados da empresa, como razão social e CNPJ, estão corretos em boletos bancários e antes de finalizar transações via Pix;
– Desconfie de produtos e serviços oferecidos por páginas de redes sociais sem selo autenticação e baixo número de seguidores;
– Evite pagamentos fora da página em que os produtos e serviços foram escolhidos. Os criminosos fazem isso para evitar o bloqueio da transferência do dinheiro depois de uma denúncia.