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Ex-auxiliar de Bolsonaro alega a CPMI que transação atípica detectada pelo Coaf era um consórcio

Ex auxiliar de Bolsonaro alega a CPMI que transação atípica detectada pelo Coaf era um consórcio

Sargento Luis Marcos dos Reis movimentou mais de R$ 3,3 milhões entre janeiro de 2022 e maio deste ano

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que um “consórcio entre colegas” explica as movimentações de mais de R$ 3,3 milhões nas contas dele. A afirmação se deu durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira.
“A gente, de situação financeira mais baixa, começou em um consórcio”, alegou Reis ao responder a questionamentos da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre os valores movimentados pelo sargento.
As transações atípicas foram constatadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), e os dados, enviados à CPMI do 8 de Janeiro. O relatório do Coaf revela que Reis tinha repassado, no intervalo de três meses, R$ 82 mil ao tenente-coronel Mauro Cid, que era o chefe dele na Ajudância de Ordens de Bolsonaro.
Sobre essa movimentação, o sargento afirmou à CPMI que parte do valor decorre venda de um carro de Cid por intermédio dele. Reis disse ter anunciado o veículo na internet por R$ 72 mil e transferiu R$ 70 mil para a conta de Cid. “Ele [Cid] falou: ‘Passa R$ 70 mil, fica para você o restante pelo trabalho’”, disse.
Juntos, os dois militares movimentaram aproximadamente R$ 7 milhões. “Considerando a movimentação atípica, sem clara justificativa, e as cotações desabonadoras em mídia, tanto do analisado quanto do principal beneficiário, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro”, adverte o relatório do Coaf.
8 de Janeiro

Durante o depoimento, Reis admitiu ter ido à Esplanada em 8 de Janeiro e subido a rampa do Congresso, ato que definiu como “impensável”, e disse estar arrependido. No entanto, ele negou ter entrado nos prédios públicos e participado de depredações. “Não financiei, planejei, coordenei, estimulei, instruí ou dei suporte ou tomei parte de qualquer ato preparatório ou executório [para os atos extremistas]“, disse.Em mensagens de áudio enviadas em 8 de janeiro e interceptadas pela Polícia Federal, o sargento comemora as invasões, dizendo ter sido “bonito aqui”, que “o recado foi dado” e que, na invasão dos prédios, se “quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrões”.

As mensagens foram citadas por parlamentares durante a oitiva do militar.

FONTE R7