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Envelhecer – Arnaldo Antunes

Envelhecer
Arnaldo Antunes
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá.

A Arte de Envelhecer com Arnaldo Antunes

A música “Envelhecer” de Arnaldo Antunes aborda o processo de envelhecimento com uma perspectiva positiva e moderna. O artista, conhecido por sua carreira solo e como membro dos Titãs, traz em sua letra uma reflexão sobre a passagem do tempo e as mudanças que ela traz para a vida das pessoas.

No primeiro verso, Antunes destaca que envelhecer é a coisa mais moderna que existe, uma afirmação que vai contra a busca incessante pela juventude eterna. Ele menciona sinais físicos do envelhecimento, como a perda de cabelo e o crescimento da barba, e eventos da vida, como o crescimento dos filhos e a morte de conhecidos, como partes naturais do ciclo da vida. A música sugere que devemos aceitar e abraçar essas mudanças, em vez de temê-las ou evitá-las.

A letra também expressa o desejo de viver plenamente e ver o que o futuro reserva, em vez de se preocupar com a morte. Arnaldo Antunes utiliza metáforas como o tapete voando e a panela de pressão para ilustrar a vontade de experienciar a vida com intensidade, mesmo diante das adversidades e da passagem do tempo. A referência à cantora Rita Pavone no ringtone do celular é uma maneira de mostrar que, mesmo envelhecendo, ele permanece conectado com a cultura e aberto a novas experiências. A música é um convite para viver o presente e encarar o envelhecimento como uma aventura, não como um fardo.