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Enem levanta questões sobre resultado das eleições e estado de direito, pandemia e mulheres na história

Professores dão as primeiras impressões sobre as perguntas do primeiro dia de prova

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Professores ouvidos pelo portal R7 acompanharam o primeiro dia de Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo e deram as primeiras impressões sobre o exame. Os candidatos terão até as 19h para concluir a prova. A partir das 18h30min, os participantes podem deixar o local de exame com o caderno de questões.

Mais de 3,3 milhões de estudantes se inscreveram para esta edição. O prazo é de cinco horas e meia para responder a 90 questões de linguagens e ciências humanas (história, geografia, sociologia e filosofia) e entregar uma dissertação a partir do tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais”.

Os professores ouvidos pelo R7 disseram que a prova do Enem seguiu o padrão dos últimos anos. “A prova deste ano não teve nada muito diferente do que já estamos acostumados, mas me chamou atenção o número de questões de história, foram 11 perguntas num universo de 45, mas houve um aumento de questões de sociologia”, destacou Rodrigo Magalhães, professor de geografia da Plataforma AZ de Aprendizagem.

Para Guilherme Freitas, professor de história das Escolas SEB Lafaiete, na prova de humanas a questão que envolve o que é estado de direito merece destaque. “Essa é a grande questão da prova de humanas, que questiona o que seria considerado uma violação do estado de direito. A resposta certa, neste caso, é o ato de não reconhecer o resultado das eleições de representantes políticos. A princípio essa seria uma das questões mais importantes devido ao atual momento político.”

Linguagens

Rafael Cunha, professor de redação da Descomplica, avaliou que a prova de linguagens ficou “dentro do que tivemos nos últimos anos”.

“Isso significa que tiveram questões relacionadas a funções da linguagem: figuras de linguagem; diversos textos de caráter literário, com alguns autores como Machado de Assis e Clarice Lispector aparecendo; questões que envolviam conhecimentos artísticos, não muito profundos, mas com alusão a referências artísticas como, por exemplo, o movimento minimalista; muitas questões também envolvendo textos verbais e textos não verbais; e questões que envolviam ativação de gênero masculino e gênero feminino.”

Cunha também chamou atenção para as perguntas ligadas a temas esportivos, como, por exemplo, um texto fazendo alusão à “fadinha do skate”, Rayssa Leal, a brasileira mais jovem a conseguir uma medalha de prata nas Olimpíadas. “A ideia é desconstruir a visão de que o skate não é para mulheres, ou de que é um esporte masculino.”

Ainda, sobre o tema da redação, Eduardo Morais, professor de história do curso pré-vestibular Anglo Leonardo da Vinci, de São Paulo, avaliou que o tema é “extremamente pertinente no contexto atual, sobretudo pensando que a Constituição de 1988, conhecida como a “Constituição Cidadã”, garante uma série de prerrogativas para a valorização e reconhecimento das comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas”, enfatizou.

FONTE R7