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Em reunião com Lula, Blinken diz que EUA discorda de falas sobre conflito em Gaza

Em reunião com Lula, Blinken diz que EUA discorda de falas sobre conflito em Gaza

Lula causou crise diplomática ao comparar conflito contra terroristas em Gaza com extermínio de 6 milhões de judeus

Blinken está no Brasil para a reunião de chanceleres do G20 – Foto: Reprodução / X – @seblinken
O porta-voz do governo dos Estados Unidos, Matthew Miller, disse nesta quarta-feira (21) que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi muito claro ao dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os EUA discordam dos comentários dele sobre o conflito em Gaza.
“O secretário [Blinken] teve a chance de discutir os comentários com o presidente Lula hoje, no contexto de uma discussão geral sobre o conflito em Gaza e foi claro, como eu fui ontem, que esses são comentários com os quais discordamos,” disse o porta-voz.  Blinken e Lula se reuniram na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília.
A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva realizada no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista na ocasião.
Blinken está no Brasil para a reunião de chanceleres do G20 – das 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana – que ocorre na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
Durante o encontro com Lula, o secretário norte-americano enfatizou o apoio norte-americano à presidência do Brasil no G20 e a parceria Brasil-EUA pelos direitos dos trabalhadores, além do suporte à cooperação na transição para a energia limpa e às comemorações do bicentenário das relações diplomáticas entre o Brasil e os EUA. No entanto, como previsto, a repercussão negativa das falas de Lula entraram na pauta da reunião.
Após as declarações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o presidente e descreveu suas palavras como vergonhosas e graves. Lula passou a ser considerado “persona non grata” em Israel até se desculpar pelo comentário. Isso quer dizer que o presidente brasileiro não é bem-vindo em Israel até se retratar.
Depois de uma reunião com diversos membros do governo no Palácio da Alvorada, Lula decidiu chamar de volta na segunda-feira (19) o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, para consultas. Ainda na segunda-feira, O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para um encontro.
FONTE R7