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Em reunião com banqueiros, Bolsonaro pede consignado para Auxílio Brasil e critica STF e TSE

Bancos vêm se posicionando de forma contrária à modalidade; um deles o Bradesco, representado no encontro

Foto: Isac Nóbrega/PR
Diante de uma plateia formada por empresários e banqueiros, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta segunda-feira, juros menores do crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil e voltou a criticar, sem citar nominalmente, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Faço agora um apelo para vocês. Vai entrar o pessoal do BPC [Benefício de Prestação Continuada], do empréstimo consignado, e isso é garantia, desconto em folha, se vocês puderem reduzir o máximo possível, porque estamos atravessando o final da turbulência. É a tranquilidade para levar o governo adiante”, afirmou Bolsonaro.

Uma nova lei autoriza famílias que fazem parte do Auxílio Brasil a usar o valor recebido para contratar crédito consignado. A norma também amplia a margem de empréstimo para até 40% do rendimento aos empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e aos segurados da Previdência Social.

A modalidade é concedida a quem ganha salário, aposentadoria ou benefício em conta-corrente. Pelo fato de o valor ser descontado diretamente da folha de pagamento ou da aposentadoria do cliente, trata-se de uma opção de empréstimo fácil e que conta com uma das menores taxas do mercado.

No entanto, alguns bancos se posicionaram de forma contrária à medida — um deles o Bradesco, que descartou o consignado para beneficiários do programa. O banco argumenta que o benefício é transitório, o que aumenta o risco da concessão do crédito.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, participou da reunião com Bolsonaro. Representantes de diversos bancos também se integraram à agenda, na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.

TSE e STF
No encontro, Bolsonaro disse que o setor banqueiro gasta, sem apresentar valores, uma “fortuna” com defesa cibernética e atacou, sem nomear, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a urna eletrônica. “Eu não entendo. Temos lá em Brasília um órgão que tem algo intransponível, expugnável, impenetrável, vão para lá, pô, pegar a tecnologia deles”, disse.

Na sequência, o presidente da República comentou a carta pela democracia e em defesa do sistema eleitoral brasileiro, que vai ser lida na próxima quinta-feira, e voltou a criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, em especial, o inquérito das fake news.

“É melhor um democrata na corrupção do que um honesto num regime forte. Qual regime forte é meu? Me aponte uma palavra minha contra a democracia? Eu mandei prender algum deputado?”, questionou.

“O inquérito das fake news… Não está tipificado. Como alguém pode ser julgado? Que país é esse? Onde está a ditadura, no Executivo ou em outros poderes? Estão com saudade de que? Da festa de antigamente?”, completou.

Corrupção
O chefe do Executivo federal afirmou que as gestões anteriores foram marcadas por corrupção e citou obras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como exemplo. No discurso, ele ainda destacou que montou um ministério “de pessoas quase santas na política, com raras exceções”.

Durante a gestão, Bolsonaro viu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ser preso por suspeita de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. O evangélico ficou um dia preso e nega as acusações.

FONTE R7