Presidente criticou donos dos estabelecimentos e disse que a flexibilização do acesso às armas ‘agradou o crime organizado’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu em live, nesta terça-feira, o fechamento de todos os clubes de tiro esportivo do país.
As pessoas querem comprar carne, cebola, óleo. As pessoas não querem violência”, completou.
Ao longo da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a indústria armamentista se beneficiou de uma série de decretos que permitiram a atiradores, por exemplo, adquirir até 60 armas, 30 delas de uso restrito (como fuzis e metralhadoras) e 30 de uso não restrito (como pistolas e revólveres).
Com o novo decreto, a quantidade de armas acessíveis a civis caiu de quatro, de uso permitido, para duas, com comprovação efetiva da necessidade. Além disso, a quantidade de munição também cai, de 200 por arma para 50 por arma, anualmente.
Centrão
O presidente também disse que vê como “normal” que partidos do Centrão queiram participar do governo, já que o grupo vem votando a favor das pautas que o Planalto manda ao Congresso. Lula admitiu que devem ocorrer mudanças na Esplanada dos Ministérios nas próximas semanas, mas criticou especulações e enfatizou que ele vai decidir quais cargos negociar.
Lula avaliou ainda que os acordos políticos são normais entre o Executivo e o Legislativo, e que servem para “melhor aprimorar o funcionamento do Brasil”.
“É assim que a gente conversa e é normal que, se esses partidos que quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo. Aí você tenta arrumar um lugar para colocar, para dar tranquilidade ao governo para as votações que nós precisamos para melhor aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer”, afirmou.
Lula admitiu ceder ministérios a partidos do Centrão para trazer ‘tranquilidade ao governo’
Em seguida, disse que, apesar dos acordos, os partidos políticos não terão poder para escolher ministérios e que as indicações são prerrogativa do presidente da República.
“Não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério. Quem escolhe, indica e oferece o ministério é o presidente da República. Vamos fazer isso nos próximos dias. Mas ainda não conversei com ninguém. Quando eu conversar, terei interesse que a imprensa saiba, não tem conversa sigilosa”, enfatizou.