Presidente diz que governo parou de dar dinheiro público para ONGs que financiavam o MST
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (17), que o seu governo inviabilizou o funcionamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde que ele assumiu o Palácio do Planalto, em 2019.
“Todos devem se lembrar que tínhamos algumas dificuldades no passado. Por exemplo, a atuação do MST. Nós anulamos as ações do MST. Tiramos dinheiro público que iam para ONGs que financiavam o MST”, salientou Bolsonaro, ao participar de um evento sobre agronegócio promovido pelo Banco do Brasil.
“Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental, em especial no tocante à multa. Tem que existir? Tem. Mas conversamos e nós reduzimos em mais de 80% as multagens no campo”, frisou. “Obviamente, quem vai fazer uma inspeção no campo, tudo bem, é um direito, apurar uma denúncia. Mas, no primeiro momento, é advertir, é dialogar. E, no segundo momento, a multa”, completou.
Terras indígenas
Durante o seu discurso, Bolsonaro criticou a possibilidade de mais terras indígenas serem demarcadas caso o STF (Supremo Tribunal Federal) estabeleça um novo marco temporal. O presidente pediu que o Supremo não mude o atual entendimento, que estabelece que a demarcação das terras só possa ser reivindicada por comunidades indígenas que ocupavam essas áreas antes da data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
“Trabalhamos contra um possível novo marco temporal junto ao STF. O placar está empatado em 1 a 1, mas esse novo marco, porventura, venha a ser aprovado, com toda certeza teremos, por força de lei, novas áreas [indígenas] equivalentes ao tamanho da região Sul, que pela localização geográfica dessas terras, se tiraria do mapa do agronegócio outra área do tamanho do estado de São Paulo.”
R$ 1,5 bi para o agronegócio
O evento que Bolsonaro participou marcou o lançamento da terceira etapa do Circuito de Negócios Agro do Banco do Brasil, iniciativa que visa potencializar negócios e reforçar a presença do banco junto ao segmento. A expectativa é que o Circuito gere negócios da ordem de R$ 1,5 bilhão.
O Circuito prevê a divulgação de produtos, serviços e inovações tecnológicas ao setor, além de levar assessoria aos produtores rurais. Três carretas adaptadas para atuar como agências móveis do Banco do Brasil percorrerão 60 mil quilômetros, entre janeiro e dezembro de 2022, visitando as principais praças do agronegócio no país e fomentando a geração de negócios para o setor.
Também estiveram presentes na cerimônia o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, bem como parlamentares e lideranças do agronegócio.