Dólar sobe 0,55% com ajuste técnico e desmonte de “carry trade”
Rogério machado
Dólar sobe 0,55% com ajuste técnico e desmonte de “carry trade” Moeda fechou a sessão desta quinta-feira cotada a R$ 5,44
Foto: Marcello Casal / Agência Brasil
Apesar da alta hoje, o dólar à vista ainda acumula baixa de 0,36% na semana
O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 11, em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,4426, com máxima a R$ 5,4536 à tarde. Pela manhã, a moeda chegou a ser negociada abaixo de R$ 5,40, com mínima a R$ 5,3704, em sintonia com o exterior, após a surpreendente deflação ao consumidor nos EUA aumentar as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano.
Operadores e analistas ouvidos pelo Broadcast atribuíram o escorregão do real na segunda etapa de negócios a ajustes técnicos, em especial no segmento futuro. Após os movimentos abruptos da moeda neste início de mês, com pico intraday em R$ 5,70 em 2 de julho e vale abaixo de R$ 5,40 ontem e hoje, investidores realizam lucros e buscam reequilibrar posições.
Além disso, divisas latino-americanas como os pesos chileno e colombiano também se descolaram da tendência de enfraquecimento global da moeda americana ao longo da tarde. A forte apreciação do iene, em meio a especulações de intervenção do governo japonês no mercado de câmbio, teria levado a desmonte de operações de carry trade com parte das divisas emergentes. O peso mexicano, contudo, se valorizou com perspectivas de manutenção de juros altos após repique da inflação no México.
“O movimento de hoje parece 100% técnico. O mercado devolveu a piora extrema do começo do mês, mas ainda está em tendência de alta”, afirma o diretor de investimentos da gestora de recursos Alphatree Capital, Rodrigo Jolig. “Está se formando, porém, um ambiente para o Fed começar a reduzir os juros em setembro que deve ajudar o real no médio prazo”.
Apesar da alta desta quinta-feira, o dólar à vista ainda acumula baixa de 0,36% na semana. Nos nove primeiros pregões de julho, a moeda apresenta desvalorização de 2,61%. Embora a diminuição dos ruídos domésticos explique a recuperação do real do início de julho para cá, a moeda brasileira ainda tem no mês desempenho um pouco inferior a de seus principais pares latino-americanos, os pesos chileno e mexicano.