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Diplomatas brasileiros reagem: ‘Eleição é referência internacional’

Em nota pública, categoria sustenta que processo eletrônico de votação é ‘confiável’ e ‘indissociável da imagem do Brasil’

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Funcionários públicos pertencentes a carreiras de Estado e subordinados ao chanceler Carlos França, os diplomatas divulgaram nota pública em defesa do processo eletrônico de votação.

O documento da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB), assinado pela presidente, embaixadora Maria Celina Rodrigues, reforça a “plena confiança na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação”.

A manifestação ocorre na esteira das diversas reações à reunião com mais de 50 embaixadores e diplomatas estrangeiros em missão no Brasil promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, na qual ele apresentou restrições ao método eletrônico, sugeriu a aferição física do resultado e criticou ministros do STF e do TSE.

Na nota, os diplomatas destacaram, ainda, o trabalho de cooperação da classe com a Justiça Eleitoral, permitindo o voto de 600 mil eleitores alistados no exterior, em mais de 200 cidades.

“Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo”, prosseguem.

O documento ressalta que o sistema brasileiro motiva o interesse da comunidade internacional, e defende o sistema eletrônico: “Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades”.

R7 apurou que o convite para o encontro com os embaixadores partiu do Cerimonial da Presidência da República, e não do Itamaraty. O documento é assinado, no entanto, pelo diplomata encarregado do Cerimonial, embaixador André Chermont de Lima. O chanceler Carlos França compareceu ao encontro, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

“O presidente foi cortês com todos e está no seu direito de nos expor suas ideias”, declarou um dos embaixadores ouvidos em caráter reservado ao R7.

“Na verdade, esperávamos uma exposição das ideias sobre a futura política externa do Brasil”, completou. “Não acredito que tenha afetado nossa confiança na eleição brasileira, mas ficou claro que ele está se preparando para contestá-la.”

FONTE Christina Lemos/R7