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Dilma critica interceptação telefônica e fala em “politização da investigação”

Presidente discursou durante entrega de casas do programa “Minha Casa, Minha Vida” na Bahia

                       Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / CP
A presidente Dilma Rousseff criticou nesta sexta-feira a interceptação da conversa telefônica com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgada pelo juiz Sérgio Moro na última quarta-feira. A manifestação de Dilma ocorreu durante evento de entrega de moradias do programa “Minha Casa, Minha Vida” em Feira de Santana, na Bahia.
Em seu discurso, Dilma condenou o que chamou de “politização de investigação”. “Eu não sou passível de grampo a não ser que o STF autorize porque fere frontalmente a Lei de Segurança Nacional. Não é possível aceitar qualquer grau de politização de investigação no nosso país. É um retorno a páginas atrasadas da nossa história. Consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos”, disse a presidente.

“Presidente tem garantias constitucionais e não pode ser grampeado. Em muitos lugares do mundo, quem grampear um presidente vai preso se não tiver autorização da Suprema Corte. Vou tomar as providências cabíveis. Não só porque sou presidente, mas, se eu não tomar atitude, o que vai acontecer com o cidadão comum?”, questionou.
Dilma ainda garantiu que sempre deu autonomia para as investigações da Política Federal (PF) e do Ministério Público (MP) no seu governo. “O meu governo garantiu autonomia para a PF investigar quem fosse necessário. Hoje temos sólidas instituições, tanto no Judiciário quanto na polícia. Elas são apolíticas porque a justiça não pode ser politizada. É possível combater a corrupção e manter a democracia. A única coisa que não sou a favor é que alguém justifique que para combater a corrupção a democracia tem que ir junto. Sou a favor do mais rigoroso combate à corrupção e dos malfeitos. Todos os corruptos devem ir para a cadeia”, afirmou.
Para encerrar, a presidente falou sobre a decisão de nomear Lula como ministro da Casa Civil. Dilma disse que o ex-presidente vai ajudar o Brasil a crescer apesar de ter quem torça contra isso. “O Lula está disposto a nos ajudar, a garantir que esse país volte a crescer apesar do pessoal que torce contra. Nós estamos lutando contra esse povo do contra”, finalizou.
Correio do Povo