Advogados do ex-presidente afirmaram que receberam o pedido de indiciamento pela comissão do 8 de Janeiro com ‘indignação’
“A proposta de indiciamento — para além da ausência de quaisquer elementos que conectem o ex-presidente com os atos investigados — mostra-se parcial, tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico, olvidando-se, inclusive, da ostensiva crítica aos atos de vandalismo feita nas redes sociais do ex-mandatário no próprio 08/01”, menciona o comunicado enviado à imprensa, assinado pelos advogados do ex-presidente, Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio e Fábio Wajngarten.
A nota também critica o fato de Bolsonaro não ter sido convocado para prestar depoimento à CPMI, o que, segundo os advogados, era possível, “sem qualquer receio”.
“Chama atenção — e causa igual indignação — a proposta de indiciamento de um sem número de civis e militares, na maioria também sequer ouvidos, evidenciando a crescente hostilidade com as Forças Armadas. É lamentável que o termo final de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito venha acintosamente divorciado da impessoalidade”, finaliza a nota.
Papel da CPMI
Uma comissão não pode indiciar investigados, mas indicar ao Ministério Público a responsabilização criminal ou civil de uma pessoa. Segundo a relatora, Bolsonaro descredibilizou o sistema eleitoral e “alimentou a violência entre a população brasileira” durante a campanha presidencial.
Além do ex-presidente, a relatora também aponta a participação de 31 militares nos atos extremistas, entre os quais os generais Braga Netto e Augusto Heleno e o tenente-coronel Mauro Cid, além de ex-comandantes das Forças Armadas – Almir Garnier, da Marinha, e Marco Antônio Freire Gomes, do Exército.
Leia mais:
Oposição apresenta relatório paralelo da CPMI do 8/1 e pede indiciamentos de Lula e Dino
Eliziane pede indiciamento de Braga Netto, Heleno e Cid em relatório final da CPMI do 8/1
8/1: Zambelli e ex-assessores de Jair Bolsonaro aparecem entre os 61 alvos de pedido de indiciamento