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Defesa chama de “infame” acusação a Temer pela reforma da casa da filha

Aceita pela Justiça, denúncia tornou o ex-presidente réu, pela quarta vez, na mesma semana

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP Memória

A defesa do ex-presidente Michel Temer disse em nota que a denúncia do Ministério Público de São Paulo, relativa à reforma da casa da filha, Maristela Temer, com supostos recursos desviados de obras da usina de Angra 3, não é baseada em provas idôneas e é “infame”. Aceita pela Justiça, a acusação tornou o ex-presidente réu, pela quarta vez, na mesma semana. De acordo com o advogado Eduardo Carnelós, os fatos relacionados à reforma foram indevidamente inseridos no inquérito que trata da edição do chamado Decreto dos Portos.

“Naquela fase, a filha do ex-presidente foi ouvida e prestou todos os esclarecimentos quanto à origem dos recursos utilizados nas obras, e agora, sem promover investigação sobre as explicações por ela apresentadas, o MPF-SP formulou a denúncia a galope, logo depois que os mesmos fatos foram usados pelo MPF-RJ para requerer e obter a decretação da prisão de Temer”.

A defesa do ex-presidente afirmou, ainda, que nenhum dinheiro fruto de corrupção foi empregado na obra da reforma, já que, de acordo com o advogado, Temer não recebeu dinheiro dessa espécie. “Essa acusação estapafúrdia revela, além do desrespeito de seus autores pelo Direito, o propósito vil de usar a filha de Michel Temer para atingi-lo, o que merece o repúdio de quem, mesmo em relação a adversários políticos, preserva íntegro o senso de decência”.

O advogado da filha de Temer, Fernando Castelo Branco, disse em nota que aguarda o acesso integral dos autos do processo. De acordo com a defesa, a acusação é infundada. “(Maristela) Reitera que a origem dos valores utilizados para a reforma de sua residência é lícita e jamais participou de qualquer conduta voltada à lavagem de dinheiro”, disse.

Os advogados Cristiano Benzota e Maurício Leite, que defendem o coronel Lima e a esposa, foram procurados e ainda não responderam. Quando o MPF apresentou a denúncia, eles disseram em nota que o MPF havia se precipitado, tendo em vista que os autos da investigação do inquérito dos portos e os desdobramentos dele “ficaram por mais de quarenta dias com a Procuradoria-Geral da República”.

“Mesmo após extensa avaliação, os remeteu para a primeira instância para que fossem instaurados inquéritos policiais, o que demonstra a inexistência de provas dos supostos crimes e, quando muito, apenas a necessidade de continuidade das investigações, que sequer foram realizadas”.