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Custos das lavouras devem aumentar, mas relação de troca é favorável

Levantamento da FecoAgro aponta que desembolso deve subir mais de 25% na produção de soja e milho

| Foto: Margarete Ludwig / divulgação / CP

Custo total na produção de soja deve ter alta de 31,78%, conforme levantamento

Enquanto a safra de verão chega ao fim no Rio Grande do Sul, o setor agropecuário já começa a se preparar para o aumento de custos previsto para o próximo ciclo. Levantamento da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do RS (FecoAgro/RS), divulgado nesta segunda, aponta que o valor a ser desembolsado pelos produtores de soja e milho deve ter uma alta superior a 25%. Ainda assim, segundo a entidade, a relação de troca está mais favorável, uma vez que o valor pago por estes grãos também apresentou crescimento.

Nas lavouras de soja, o acréscimo deve ser de 29,98% no desembolso e de 31,78% no custo total em relação à safra passada. O custo total por hectare é calculado em R$ 4.800. No ciclo 2020/2021, o valor ficou R$ 3.643. No caso do milho, a elevação é calculada em 27,36% no desembolso e 31,6% no custo total, o que representa um investimento de R$ 6.625 por hectare.

Apesar disso, a relação de troca é considerada a melhor dos últimos nove anos na soja e dez anos no milho. O levantamento indica que são necessárias 51 sacas de milho por hectare para cobrir o desembolso. Na safra passada, o número foi de 83 sacas. Na soja, essa necessidade caiu de 24 para 18 sacas. A saca de milho está cotada na faixa de R$ 90,00, enquanto que a da soja chega a R$ 170,00.

“O cenário é favorável porque os preços aumentaram mais do que os insumos. Temos que torcer para que o mercado não caia”, afirmou o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires. O diretor técnico da entidade, Tarcísio Minetto, ponderou que não é possível afirmar com certeza se as boas cotações dos grãos irão permanecer. Além disso, ressaltou que muitos produtores realizaram a venda futura e não aproveitaram as melhores cotações.

A recomendação é aproveitar a melhor janela de oportunidades para adquirir os insumos. “Cada produtor tem a sua realidade, mas é importante fazer o seu planejamento e ‘travar’ o custo conforme a perspectiva de rentabilidade”, observou Minetto.

Entre os fatores que levaram ao aumento nos custos, a FecoAgro/RS cita principalmente a variação cambial, mas os valores também sofreram influência da elevação dos preços dos principais produtos agrícolas. Os itens que mais pesaram na planilha foram os fertilizantes e o seguro agrícola, segundo a entidade. O aumento nos combustíveis e no preço das máquinas agrícolas também foi destacado.

A FecoAgro/RS também calculou o custo de produção para a próxima safra de trigo, que deve subir 29%. O número de sacas para cobrir o custo por hectare registrou queda de 19%.