Preços da energia exigem soluções conjuntas de ministros na Europa. Por aqui, perspectiva é vencer dificuldade antes de nações mais avançadas
Preços em alta afetaram o mundo inteiro, inclusive os países mais estáveis da Europa. A inflação tornou-se um desafio após dois anos de pandemia. Somada à crise sanitária – que já puxava o custo dos alimentos – combustíveis e energia elétrica completaram o quadro de encarecimento a partir das dificuldades de abastecimento que ficaram maiores com a ofensiva russa na Ucrânia.
Para enfrentar esses desafios, ministros de energia da União Europeia (UE) se reuniram na Bélgica nesta semana para buscar soluções para a crise energética. As consequências são vistas não só na Europa, mas se espalham pelo planeta.
Dirigentes da União Europeia acreditam que o embargo ao petróleo e ao gás da Rússia deve fazer mais pressão sobre o presidente Vladimir Putin, mas pode afetar o bolso dos consumidores da região. Países como a Alemanha são muito dependentes do combustível russo.
O preço do gás em toda a Europa já subiu 20%, e o uso do produto por lá é constante, sobretudo porque em regiões frias o aquecimento é uma necessidade, e o verão chegará somente na terceira semana de junho.
No Brasil a crise energética que se espalha pelo mundo também puxa os preços e reflete sobre os alimentos. Entretanto, enquanto aqui o último Relatório Focus do Banco Central divulgado esta semana estima 7,89% em 2022 para o IPCA, em Portugal somente em abril foram 7,3% de inflação, conforme mostrou reportagem do Jornal da Record.
E na esteira dessa alta, o peixe, um dos alimentos mais comuns entre os portugueses, subiu 20% em dois meses. O avanço de preços em geral medido pela UE chega a 7,5%.
Para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom), reunido nesta quarta-feira, deve acrescentar um ponto à Selic, o que elevaria a taxa a 12,75%. Segundo analistas, porém, com uma perspectiva de desaceleração de preços seria possível que o acréscimo a ser feito em junho na Selic fosse menor, de meio ponto ao invés de um.
“No Brasil, estou convencido de que vamos derrubar a inflação antes das nações avançadas”, comentou recentemente o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Correio do Povo