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Como serão nossos rostos daqui a 100 mil anos?

Um artista fez uma parceria com um geneticista computacional para ilustrar como os nossos rostos podem parecer no futuro distante. Aparentemente, todos nós vamos nos tornar personagens de animes. Será mesmo?
Essas imagens criaram um pouco de agitação na internet tempos atrás. A dupla responsável pelas imagens, Nickolay Lamm e o Dr. Alan Kwan, têm descrito como “uma linha de tempo possível”, onde, devido a tecnologia de engenharia de genoma, a espécie humana vai tomar o controle de sua biologia e evolução. Eles fizeram essas estimativas com base em um cronograma lunático e especulativo – e uma série de pessoas se queixaram que eles fizeram isso sob o disfarce de ciência, o que de fato aconteceu.
As imagens a seguir mostram como o rosto humano será daqui a 20.000, 60.000, e 100.000 anos, respectivamente, de acordo com a dupla:
 
Kwan baseou suas previsões sobre como ambientes de vida podem parecer no futuro, como clima e avanços tecnológicos. Uma das grandes mudanças será uma testa maior, Kwan prevê – uma característica que já está se expandindo desde os séculos 14 e 16. Ele também espera que a cabeça humana cresça para acomodar um cérebro maior.
Kwan diz que 60.000 anos a partir de agora, nossa capacidade de controlar o genoma humano também vai trazer efeitos em nossas características faciais. Como a engenharia genética se tornará a norma, “o destino do rosto humano será cada vez mais determinado por gostos humanos”, diz ele em um documento de pesquisa. Olhos, por sua vez, ficariam maiores como tentativas de colonização de outros planetas do sistema solar que recebem menos luz solar, e daí uma melhor necessidade em enxergar em ambientes pouco iluminados. Da mesma forma, a pele se tornará mais pigmentada para diminuir os danos da radiação UV prejudicial fora da camada de ozônio que protege a Terra. Kwan espera que as pessoas tenham pálpebras espessas e um arco superciliar mais pronunciado para lidar com os efeitos da baixa gravidade. Ele também prevê narinas maiores para respirar mais fácil em ambientes fora do planeta, e um cabelo mais denso para conter a perda de calor a partir de uma testa maior.
Mas é claro que o trabalho de Lamm e Kwan recebeu uma enxurrada de críticas, como de Matthew Herper, que escreveu na Forbes:
Lamm realmente não está pensando grande o suficiente. A capacidade de gerenciarmos completamente o genoma humano está a apenas décadas ou séculos de distância, e não milênios. George Church, de Harvard, faz um trabalho maravilhoso explicando isso em seu livro Repenseis. Mas é estranho pensar que essas tecnologias sejam usadas para aumentar o tamanho do olho e não de alguma maneira mais criativa. No curto prazo, nós podemos nos livrar de doenças genéticas óbvias, não tentando modificar coisas como a sua aparência. A visão dele é da mesma categoria das grandes cabeças alienígenas do primeiro piloto de Star Trek.
Curiosamente, Kwan, desde então, vem rebatendo dizendo que seu projeto era apenas uma “experiência de pensamento inofensiva”, e não uma “previsão científica.”
E Herper respondeu: “Sua especulação estava sendo amplamente desviada como previsão pela maioria das pessoas. Faltou então deixar claro que a coisa toda foi um experimento conceitual, e não ser divulgado como ciência”.
Mesmo assim, como um experimento de pensamento, é bastante patético. Como alguém pode prever o rosto humano daqui a tanto tempo? Dado o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, nós nem sabemos como a espécie humana vai parecer em 1.000 anos, muito menos em 100.000. Agora que estamos começando a nos afastar dos processos darwinianos dolorosamente lentos – substituindo-os por intervenções biotecnológicas – escalas de tempo evolucionistas já não detêm qualquer relevância. No espaço dos próximos séculos, poderíamos reformular completamente a forma humana, seja através da genética ou “ciborguização”.

Lucas

Lucas tem 20 anos, é de São Paulo/SP, e dono do site e página Mistérios do Mundo. É formado em análise de sistemas, adora ciência e tecnologia e escreve diariamente para o site. Também colabora para o projeto Climatologia Geográfica. Adora viajar e ama a natureza.