Com recursos insuficientes, instituições federais de Ensino pedem apoio urgente
Dirigentes dizem que liberação parcial de verbas para bolsistas não resolveu impasse. Categoria espera efeito de medida do MEC ou PEC da Transição
O presidente da entidade, Ricardo Marcelo Fonseca, lembrou nesta quinta, em vídeo publicado no YouTube, que as iniciativas recentes do Ministério da Educação (MEC), que liberaram verbas para o pagamento de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) não resolveram a falta de quitação dessa modalidade de assistência. “Essas medidas cobriram menos de 10% do tamanho do buraco que foi deixado no início de dezembro, levando a uma situação dramática”, relata.
O dirigente explicou que existe um montante imenso de bolsas que não foram pagas, já que nem todas provêm da Capes e do Pnaes, mas pagas com os próprios orçamentos das universidades. “Relatório, só das universidades, sem contar os institutos federais, aponta que mais de R$ 21 milhões em bolsas estão atrasadas”, revela.
Fonseca lembrou da situação dos trabalhadores terceirizados, segundo ele já demitidos ou prestes a perderem os empregos, já que as empresas não recebem “nenhum centavo das universidades”. Ele garante que a situação de colapso persiste e que o setor precisa “urgentemente de solução”. O reitor ressalva que “todos os demais compromissos das universidades, como contratos, serviços e empenhos naturais do dia a dia”, deixaram de acontecer.
A expectativa da Andifes é em relação à medida provisória, anunciada nesta semana, pelo MEC, para restabelecer a verba bloqueada, assim como à PEC da Transição, que define novas regras sobre o financiamento das universidades.
No RS
A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) informou, nesta quinta-feira, que está sem recursos para pagamento de bolsas de iniciação científica, extensão, mestrado, doutorado, pós-doutorado, apoio técnico e também para cumprir com os contratos já licitados e empenhados e contas básicas, como água e luz.
Já a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) promoveu reunião nessa quarta, na Câmara de Vereadores, em Uruguaiana, na qual esclareceu sobre a situação. “Estamos prestes a finalizar 2022 com o pior cenário orçamentário da história da instituição. Difícil buscar forças para seguir estudando ou trabalhando sem previsão”, disse a diretora do campus local, Cheila Stopiglia. Ela contou que não há recursos para o pagamento de contas de luz, contrato de manutenção de poços para fornecimento de água e com terceirizados. Além disso, mais de 412 alunos ficaram sem receber bolsa de permanência no campus.