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Pequim recebe nesta semana governantes e delegações de países latino-americanos e caribenhos para o IV Fórum Ministerial China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), uma oportunidade de aproximação em meio à guerra comercial com os Estados Unidos.
A CELAC foi fundada em dezembro de 2011 e reúne 33 países.
O comércio entre a China e a região superou no ano passado a marca de 500 bilhões de dólares (2,83 trilhões de reais) pela primeira vez, “40 vezes mais que no início do século”, celebrou Xi.
“Longa história de amizade”
Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, a região virou um importante campo de batalha no conflito do republicano com Pequim. Muitos países são pressionados por Washington para escolher um lado.
“Embora a China fique longe da região da América Latina e do Caribe, as duas partes apresentam uma longa história de amizade”, afirmou no discurso de abertura do fórum.
“Confrontada com a corrente de confronto geopolítico e de blocos, o auge do unilateralismo e do protecionismo, a China deseja unir suas mãos à América Latina”, afirmou.
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Apesar da trégua de 90 dias na guerra tarifária entre China e Estados Unidos anunciada na segunda-feira, a questão foi um destaque nos discursos pronunciados pelos governantes em Pequim.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou “a imposição de tarifas arbitrárias” e o risco de “iniciar uma nova Guerra Fria”.
Lula, que tem uma boa relação com o governo chinês, elogiou a importância do país asiático como “o segundo maior parceiro comercial da CELAC” e “um dos mais importantes investidores diretos na região”.
“A parceria com a China é um elemento dinâmico para a economia regional”, afirmou.
Embora sem mencionar diretamente, o presidente colombiano Gustavo Petro foi especialmente duro com o governo Trump, com críticas à política migratória, ganância e negacionismo da mudança climática.
Neste sentido, Petro lamentou que o diálogo dentro das Américas “não avance” e defendeu a importância de estimular as relações com regiões como Ásia, Europa e África. O diálogo com as outras regiões “pode estar livre de autoritarismo, de imperialismos”, disse.
Correio do Povo