Ministro do STF avaliou que caberia ao MPF pedir processo contra titular da Segurança Institucional
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, decidiu arquivar um pedido da oposição para investigar o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. O episódio diz respeito a declarações de Heleno, que, em tom de ameaça, alertou em nota oficial para “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” caso o STF autorizasse a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho, com o objetivo de apurar se o chefe do Executivo tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
Na avaliação de Celso de Mello, em um contexto de grave crise política, econômica, social e sanitária, podem, algumas vezes, “insinuar-se pronunciamentos ou registrar-se movimentos que parecem prenunciar ensaios de retomada, absolutamente inadmissíveis, de práticas estranhas (e lesivas) à ordem constitucional, típicas de um pretorianismo que cumpre repelir, qualquer que seja a modalidade que assuma: pretorianismo oligárquico, pretorianismo radical ou pretorianismo de massa”.
do dissenso!”, escreveu Celso de Mello. “Tudo isso é inaceitável, porque o respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa limite inultrapassável a que se devem submeter os agentes do Estado, qualquer que seja o estamento a que pertençam, eis que, no contexto do constitucionalismo democrático e republicano, ninguém – absolutamente ninguém – está acima da autoridade da Lei Fundamental do Estado”, acrescentou.
Correio do Povo