Capão da Canoa: GAECO/MPRS resgata possíveis documentos de origem pública do período da escravidão que estavam sendo divulgados nas redes sociais
Os materiais estavam sendo divulgados nas redes sociais por dois investigados, dois irmãos conhecidos por vender livros raros pela internet.
Os documentos foram resgatados em um destes locais e serão encaminhados para análise, principalmente para comprovar a origem, e, assim, destiná-los para local adequado. Também foi autorizada a apreensão de outros arquivos e equipamentos eletrônicos.
A ação foi coordenada pelo promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, do 10° Núcleo do GAECO/Sul, pelo fato de que os documentos podem ser do município de Rio Grande, datados do século 19.
O caso também é apurado pela promotora de Justiça Camile Balzano de Mattos, da 1ª Promotoria Cível de Rio Grande.
No dia 14 de abril deste ano, dois irmãos investigados, que atuam no ramo de livros raros, inclusive com vendas e divulgação destes materiais nas redes, em site e em canal do YouTube, postaram no Instagram que estavam com dois documentos históricos – resgatados de um incêndio em cartório, segundo eles – que mostravam parte do regime escravocrata brasileiro da antiga província de Rio Grande. Dois dias depois, uma equipe técnica do Arquivo Público do Rio Grande do Sul identificou os materiais como de possível origem pública.
Fotos: Grégori Bertó | MPRS
Ainda, durante a operação, foram encontrados em um sebo em Porto Alegre outros três volumes de documentos públicos. Um deles de registro de emancipação de escravizados e dois de registros de exportações do porto de Rio Grande, todos datados das décadas de 1860 e 1870.