Informação foi confirmada pelo presidente e pelo médico que o acompanha, após alta do chefe do Executivo nesta quarta (5)
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o médico Antônio Macedo, que acompanha o presidente Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que a causa do quadro de obstrução intestinal que mandatário sofreu no começo desta semana foi um camarão não mastigado.
“O camarão não foi mastigado. A gente pede para que todos mastiguem 15 vezes cada garfada”, explicou. Antes, o presidente informou que ele “não almoça, engole” a comida.
O presidente, então, brincou com o número e perguntou se pode mastigar 22 vezes, número do PL, partido no qual se filiou no fim do ano passado para concorrer à reeleição neste ano. “Eu não almoço, eu engulo. Comi uma peixada, tinha uns camarõezinhos também. Mastiguei o peixe e engoli o camarão. Foi isso que aconteceu”, detalhou Bolsonaro, que recebeu alta nesta quarta-feira.
Bolsonaro estava de férias desde o dia 27, no litoral de Santa Catarina. Na madrugada da última segunda-feira (3), foi internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com um quadro de obstrução intestinal. Na data, ele publicou nas redes sociais:
“Comecei a passar mal após o almoço de domingo. Cheguei ao hospital às 03h00 de hoje. Me colocaram sonda nasogástrica. Mais exames serão feitos para possível cirurgia de obstrução interna na região abdominal.”
O médico Macedo estava no exterior, de férias, e chegou ao hospital na terça-feira (4) quando, segundo ele, o quadro do paciente já havia melhorado. Ele também descartou a necessidade de cirurgia, pontuou que há riscos de novas obstruções intestinais, mas que, normalmente, busca-se deixar o tratamento clínico resolver, sem necessidade de intervenção cirúgica.
O profissional afirmou que sempre orienta o mandatário a comer com calma e mastigar bem. Nos próximos dias, ele só vai poder caminhar, sem exercícios físicos mais fortes. “Acredito que vamos conseguir tranquilamente nos próximos 20, 30 anos mantê-lo desse jeito”, explicou.
Macedo acompanha Bolsonaro desde 2018, quando foi esfaqueado na região do abdômen durante campanha em Juiz de Fora (MG). O médico afirmou que o presidente passou por uma cirurgia “muito bem-feita pelos profissionais que o atenderam” primeiramente, na época, na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Segundo o profissional, poucos dias depois do atentado, houve uma peritonite, que gerou uma grande quantidade de reação imunológica no abdômen. “Embora esteja tudo bem, essas aderências possibilitam quadro de obstrução intestinal. Normalmente, nesses quadros, não operamos direto”, disse.
Correio do Povo