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Brasil “tudo fará” para ajudar a Venezuela, diz Itamaraty

Bolsonaro acredita que solução para situação no país vizinho virá em breve

Bolsonaro acredita que solução para Venezuela virá em breve | Foto: Alan Santos / PR / CP

Após duas etapas de reuniões e um encontro nesta quinta-feira do presidente Jair Bolsonaro com críticos e opositores do governo de Nicolás Maduro, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, divulgou um comunicado informando que “tudo fará” para ajudar o povo da Venezuela a superar as dificuldades e viver em liberdade. “O Brasil tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa”, diz o texto.

O comunicado reitera que o Brasil considera ilegítimo o segundo mandato de Maduro, que tomou posse há uma semana. Segundo a nota, o governo venezuelano atua como um sistema de “crime organizado” baseado em corrupção generalizada e tráfico de drogas e pessoas.

No comunicado do Itamaraty, o governo destaca a liderança do Brasil no processo de negociação para alternativas à crise da Venezuela. “O papel-chave do Brasil, sob a liderança do Presidente Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos.”

Pelos relatos dos presentes às reuniões, há na Venezuela cerca de 300 mil pessoas com risco de morrer de fome. O desabastecimento é cada vez mais intenso, assim como a falta de emprego e perspectivas. “Mais de 11 mil recém-nascidos perdem a vida anualmente por falta de atendimento primário pós-natal. O déficit de medicamentos é de 85%. Os líderes venezuelanos enfatizaram que se trata de um genocídio silencioso, perpetrado pela ditadura de Maduro contra seu próprio povo.”

Reuniões

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, coordenou duas reuniões com representantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos, além do presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e outros magistrados do mesmo tribunal, bem como com representante do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

De acordo com o Itamaraty, foram reuniões separadas. Uma etapa com os representantes do Grupo de Lima e dos Estados Unidos e outra com os venezuelanos e o secretário da OEA. Em ambos os encontros, o tema foi o agravamento da crise na Venezuela. O presidente Bolsonaro recebeu o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela em exílio, Miguel Ángel Martins, e o assessor de Assuntos Institucionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Cinose.

“A reunião teve por objetivo analisar a situação na Venezuela decorrente da ilegitimidade do exercício da presidência por Nicolás Maduro e da manifestação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de sua disposição de assumir a Presidência da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana. Teve igualmente por objetivo discutir ideias de ação concreta para restabelecer a democracia na Venezuela.”

Bolsonaro acredita que solução para Venezuela virá em breve

O presidente Jair Bolsonaro acredita que a “solução” para a crise na Venezuela virá em breve. Ele recebeu o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela em exílio, Miguel Ángel Martins, e o assessor de Assuntos Institucionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Cinose, e afirmou que o país fará o possível para ajudar o povo venezuelano.

“Tudo nós faremos para que a democracia seja restabelecida, que vocês possam viver em liberdade. Então, a gente pede a Deus, em primeiro lugar, e depois nós continuaremos fazendo tudo o possível para restabelecer a ordem, a democracia e a liberdade. Então, ao povo da Venezuela a gente pede resistência, muita fé e eu acredito que a solução virá brevemente”, disse Bolsonaro após o encontro.

A declaração do presidente foi registrada em vídeo e divulgada pelo Palácio do Planalto. Ele também afirmou que os brasileiros se sentem “constrangidos” pela situação política vivida pelo país vizinho e atribuiu parte da responsabilidade a seus antecessores Lula e Dilma.

“Nós nos sentimos de uma maneira bastante constrangida, porque se vocês não tiverem essa liberdade, nós aqui também nos sentimos da mesma maneira. Sabemos como esse desgoverno chegou ao poder, inclusive com ajuda de presidentes que o Brasil já teve, como Lula e como Dilma, e isso nos torna responsáveis pela situação que vocês se encontram, em parte”.

Planalto

@planalto

O presidente @JairBolsonaro recebeu nesta tarde o venezuelano Miguel Ángel Martín, presidente do Tribunal Supremo de Justiça no exílio. Confira os destaques do dia:

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O governo brasileiro discute com Martins e Cinose alternativas para a crise política e econômica que se instalou na Venezuela, gerando desabastecimento, imigração dos venezuelanos e denúncias de violações. Para líderes internacionais, o governo de Maduro não tem legitimidade, pois há dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral.

O presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela externou desejo de mudanças em seu país. “Acredito que o Brasil renasce. Uma vez que consigamos recuperar a nossa amada Venezuela, a Venezuela imediatamente será colocada ao lado do Brasil e ao lado dos outros países do continente para seguir a luta e resgatar todos e cada um dos países que têm problemas em sua democracia”.

Além de Bolsonaro, Martins e Cinose se encontraram com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Palácio do Itamaraty. O representante da OEA deu um breve resumo sobre as reuniões em Brasília. “O presidente Jair Messias Bolsonaro e o ministro de Relações Exteriores expressaram com contundência o apoio para que se termine esta terrível situação que está vivendo o povo da Venezuela”.

Correio do Povo