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Brasil deve ter El Niño mais forte das últimas décadas

Brasil deve ter El Niño mais forte das últimas décadas

Fenômeno climático responsável pelo aquecimento das águas do Pacífico costuma provocar seca e calor forte no Brasil

Foto: José Schaefer / Emater/RS-Ascar / CP

A Administração Nacional de Atmosferas e Oceanos (NOAA, na sigla em inglês) anunciou, nesta quinta-feira, a formação do fenômeno climático El Niño. O alerta, porém, sustenta que ele deve ser levemente diferente dos anteriores.

Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno se formou, pelo menos, um mês antes do que costuma acontecer – o que lhe dá um pouco mais de tempo para crescer.

Com isso, segundo os especialistas, há 56% de chances de ser considerado forte e 25% de atingir proporções gigantescas, segundo a cientista Michelle L’Heureux, responsável pelo escritório de previsões climáticas El Niño/La Niña da NOAA.

Durante o inverno, o El Niño deve ser sentido mais fortemente nos países do Hemisfério Sul. Entre os mais atingidos, Brasil, Colômbia e Venezuela, com previsão de secas intensas, assim como a Índia e a Indonésia.

O centro climático alerta também que existe a possibilidade de 2023 bater um novo recorde de ano mais quente dos registros, com temperaturas superiores às registradas nos anos de 1998 e de 2016, anos especialmente quentes.

“Se este El Niño alcançar a categoria dos mais fortes será a recorrência mais curta do registro histórico”, afirmou Kim Cobb, cientista climática da Universidade de Brown, nos Estados Unidos (EUA).

O cenário preocupa meteorologistas, já que o intervalo reduzido entre dois El Niños especialmente fortes deixa as comunidades com menos tempo hábil para se recuperarem de danos a infraestrutura, agricultura e ecossistemas provocados pelo fenômeno.

Segundo o Banco Mundial, o El Niño de 1997 e 1998 custou 45 bilhões de dólares aos países mais afetados.

A NOAA salienta ser provável que o El Niño produza condições climáticas extremas no fim deste ano, desde ciclones tropicais girando em direção a ilhas vulneráveis do Pacífico até chuvas fortes, calor e seca na América do Sul e Austrália.

O fenômeno impacta, ainda, na temporada de furacões no Oceano Atlântico.

FONTE Correio do Povo, com R7