Conclusão de um relatório elaborado pela Secretaria de Saúde ‘não considera necessária a transferência para hospital penitenciário’
Um laudo elaborado pela Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal aponta que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres está em “bom estado geral, consciente, atento e colaborativo”.
O documento, entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira, é assinado por um psiquiatra da Secretaria de Saúde em 30 de abril e cita ainda que as instalações onde o ex-ministro está preso podem ser consideradas adequadas para o estado atual de saúde mental dele.
O relatório finaliza apontando que “não considera necessária a transferência para hospital penitenciário”, mas reitera “que o caso exige acompanhamento frequente”.
“Seu pensamento está agregado e organizado, com fluidez aparentemente normal, sem evidências de alteração da sensopercepção. Seu humor encontra-se hipotímico e ansioso, com labilidade emocional constante, principalmente ao falar da família.
Apesar da avaliação da boa condição de Torres, o documento salienta que, caso seja notada alguma intenção de suicídio, o local em que ele está atualmente deixa de ser o mais adequado, levando-se em consideração que há muita privacidade, principalmente durante a noite, além da presença de múltiplos objetos, que podem ser usados em uma tentativa de suicídio.
A defesa de Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal um laudo em abril alegando que “vem aumentando o risco de tentativa de autoextermínio” e, com o objetivo de “conter essas crises e prevenção de suicídio”, indicou a internação domiciliar de Anderson Torres, para melhorar os chamados “fatores protetores de prevenção.”
Ao avaliar o pedido, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do DF uma avaliação sobre a necessidade e as condições de transferência do ex-ministro ao hospital psiquiátrico do Complexo Prisional da Papuda, no DF.
Torres está preso desde 14 de janeiro. Ele é acusado de omissão diante dos atos extremistas do dia 8 de janeiro em Brasília, quando vândalos invadiram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
*Atualizada às 19h33min para acréscimo e correção de informações