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Bolsonaro: “Tem que acabar com a divisão de classes”

Candidato do PSL concedeu à Record TV a primeira entrevista após deixar o hospital em São Paulo

Bolsonaro concedeu entrevista nesta quinta-feira | Foto: Record TV / Divulgação / CP

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, concedeu na noite desta quinta-feira uma entrevista exclusiva ao Jornal da Record. Na entrevista, que foi veiculada às 22h, na íntegra, pelo Portal R7, pelo Facebook, Twitter e no YouTube da Record TV, além do PlayPlus, o líder das pesquisas à Presidência declarou que se sente bem, apesar da situação que viveu. Ele sofreu um atentado em 6 de setembro, quando recebeu uma facada.

Bolsonaro contou que aquele foi um momento difícil na sua vida. “Gosto de estar na rua, sou um homem de combate. Tive que respeitar as recomendações médicas e aceitar os limites do meu corpo”, explicou o candidato ao repórter Eduardo Ribeiro, da Record TV.

Bolsonaro disse também que se sente feliz por, neste momento, agir para impedir que o partido que destruiu o país volte ao poder. “Me sinto feliz, sou conservador, da família, e quero impedir que o fantoche (uma referência a Fernando Haddad, candidato do PT) de Lula chegue ao poder”, declarou. Em seguida, o candidato do PSL afirmou que este é o momento de acabar com a divisão de classes no Brasil, problema que ele atribui ao PT. “Chega de castas, de filhos contra pais. Queremos resgatar a credibilidade do Brasil no mundo”, disse, acrescentando que a credibilidade, a história, do país, foi jogada na lata do lixo.

Sobre o atentado que sofreu, Bolsonaro diz que confia na equipe que investiga o criminoso. “Tem muita gente isenta (na polícia), gente até do meu lado, então não quero levantar nada. Não quero fabricar um resultado, culpar este ou aquele partido, mas chegar à verdade”, afirmou. Para o candidato, no entanto, o ato como o que foi praticado contra ele não pode ter partido apenas de uma pessoa. “Eu sou acusado de incitar ao ódio, mas quem levou a facada fui eu”, disse a seguir.

O repórter Eduardo Ribeiro perguntou então sobre o fato de ele ser chamado de racista. Bolsonaro discorda. “Dizem que eu ataco os negros, mas não tem um vídeo, nada. Assim como falam que eu sou contra as mulheres. Não sou estuprador”, comentou o candidato. Logo em seguida ele diz que o acusam de ser contra nordestinos. “Mas como se tenho parentes nordestinos. Não podemos mais aceitar a divisão de classes no Brasil”, dispara, voltando ao tema da separação entre pais e filhos, entre brasileiros.

Neste momento, o enfermeiro que acompanhava Bolsonaro durante a entrevista pede que ele pare de falar. A ordem médica é a de que ele descanse a cada dez minutos.

Na retomada, ele fala sobre as inúmeras situações em que assessores e até seu vice fizeram declarações polêmicas. Bolsonaro diz que mentem que ele vai acabar com o Bolsa Família. Ele também aborda a manifestação do general Hamilton Mourão, seu vice, sobre o 13º salário: “Não consigo controlar todo o mundo, mas o Mourão nunca falou em acabar com o benefício. Quem pregou isso foi o PT em 2002. E os partidos não deixaram. Mas quando eles falam, quem paga sou eu”, defendeu-se.

Ele se manifestou também sobre o Imposto de Renda e disse que a proposta do seu governo é ousada. “As alíquotas cairão, queremos é aquecer a economia”. Sobre o movimento #EleNão, Bolsonaro diz que quem estava no movimento eram artistas que há muito “mamam” na Lei Rouanet e anuncia que isso vai acabar. “Será que eu sou tão mau assim, quero o mal de mulheres, de negros? Eles não podem me chamar de corrupto e pregam a divisão. Eu quero a união de todos”, defendeu-se mais uma vez.

Correio do Povo