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Bolsonaro pressiona Queiroga para tornar uso de máscara facultativo

Presidente voltou a defender o “tratamento precoce”, culpar os governadores e prefeitos pela crise econômica e atacou a eficiência das vacinas

Foto: Isac Nóbrega / PR / Divulgação / CP

Presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar as vacinas, o STF, os governadores e revelou que pedirá ao ministro da Saúde para tornar uso de máscara facultativo

Em entrevista na manhã desta segunda-feira a uma rádio de Registro (SP), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que se encontrará hoje com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e vai pedir para tornar o quanto antes o uso da máscara facultativo no país.

“Se bem que o Supremo Tribunal Federal simplesmente deu poderes a governadores e prefeitos para ignorarem o governo federal”, comentou o presidente. Segundo ele, no encontro com Queiroga também estará na pauta a “volta à normalidade da economia do país”.

Bolsonaro afirmou que vários países já voltaram ao normal, livrando-se das restrições impostas pelo combate à pandemia de Covid-19. “Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde para nós darmos uma solução ao nosso caso. Pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que contraiu o vírus, e quem contraiu o vírus, como é o meu caso, já está imunizado. Nós tornamos facultativo que o uso da máscara não seja mais obrigatório, talvez a partir de hoje isso já seja implementado.”

A informação passada por Bolsonaro, de que quem contraiu o vírus já está imunizado, contraria especialistas em epidemiologia e virologia e o próprio Ministério da Saúde, que orienta a aplicação dos imunizantes mesmo para quem já foi vítima da Covid-19.

A entrevista à rádio Regional, de Registro (SP), no Vale do Ribeira, Bolsonaro exaltou as ações do governo federal durante a pandemia e colocou na conta de governadores e prefeitos toda a culpa pelo aumento do desemprego no país e pela inflação. “Com a política do fique em casa, os informais foram obrigados a não trabalhar e a economia foi paralisada.”

“Estamos indo bem na questão da economia formal, mas a dos informais está deixando a desejar”, disse.

“Se bem que algumas vacinas não estão dando certo. Gente tomou a segunda dose e está se infectando e está morrendo, e não é pouca gente. Espero que a Anvisa e o próprio Butantan dê uma resposta a isso”, afirmou, em referência à CoronaVac.

Ele ainda voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19. “O médico sabe que quanto mais cedo você tratar uma doença, maior a chance de cura.”

Para defender medicamentos sem eficácia contra a doença causada pelo coronavírus, atacou a qualidade das vacinas. “Há muito estudo lá fora sobre efeitos colaterais. Eu não quero falar aqui para não trazer essa discussão para o país. Mas no exterior tem muita interrogação sobre isso aí.”

Correio do Povo