O presidente citou que os produtos como óleo de soja, ovos, leite, açúcar e café são os vilões dos aumentos
O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quinta-feira (9) que os donos de supermercados e empresários da cadeia de abastecimento reduzam o lucro dos produtos que fazem parte da cesta básica dos brasileiros.
O apelo foi feito em videoconferência durante o Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), em São Paulo. Bolsonaro falou diretamente dos Estados Unidos, antes de se encontrar com o presidente Joe Biden e de seu pronunciamento na Cúpula das Américas.
Havia uma expectativa do governo de um acordo para baixar os custos dos alimentos básicos, mas que não foi concretizado ainda. O presidente havia conversado com líderes do setor sobre o assunto e aposta que os supermercadistas devem diminuir a margem de lucro sobre produtos essenciais.
Bolsonaro citou que produtos como óleo de soja, ovos, leite, açúcar e café são vilões do aumento da cesta básica. “Sei que margem de lucro tem diminuído, mas colaborem mais, Se for atendido, agradeço muito. Apelo a todos, o que for possível colaborar um pouco mais, fazer com que os mais necessitados tenham alimento um pouco mais barato na ponta da linha”, disse o presidente.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participou do evento de forma virtual, com o presidente da Abras, João Galassi.
Impacto da inflação
O custo da cesta básica aumentou 48,3% em três anos. O grupo de alimentos essenciais para a vida dos brasileiros passou de R$ 482,40, em fevereiro de 2019, para R$ 715,65, no mesmo mês de 2022, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A alta é o dobro da inflação acumulada no período, de 21,5%, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O impacto da inflação no preço dos alimentos, assim como os combustíveis, tem preocupado o governo federal em ano de eleição.
Na segunda-feira (6), Bolsonaro anunciou medidas para tentar conter a alta do preço dos combustíveis. Entre as estratégias, o governo federal se compromete a compensar os estados pela perda de arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) desde que os governadores zerem as alíquotas do tributo nas operações que envolvem diesel e gás de cozinha.
Mesmo com a segunda desaceleração seguida, a inflação oficial subiu 0,47% em maio, na comparação com abril (+1,06%), de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) agora apresenta alta de 4,78% neste ano e de 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses, valor menor do que o apurado em abril (12,13%) e que corresponde à primeira queda na base de comparação em um ano.
Correio do Povo