Após reuniões, presidente disse que não negociou cargos
Em meio às articulações para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro recebeu hoje, no Palácio do Planalto, dirigentes nacionais do PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB e propôs a criação de um “conselho de governo”, com a participação direta dos partidos políticos que não fazem oposição a ele.
“Foi um convite inicial. A sugestão é que pelo menos uma vez a cada 30 dias a gente se reúna, o que serve como aconselhamento para o governo e serve para trazer novas propostas. O governo é humilde, não tem problema de dizer que errou aqui ou acolá, o objetivo é acertar”, afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável pela articulação política.
Onyx não informou se os dirigentes partidários aceitaram participar do colegiado.
No início da noite, o próprio presidente da República afirmou, durante uma transmissão ao vivo no Facebook, que nada relacionado à indicação para cargos no governo foi debatido com os partidos nas reuniões. “Nada foi tratado sobre cargos, nem por parte deles, nem da nossa parte”, assegurou.
Na próxima semana, Bolsonaro recebe os presidentes de outros seis partidos: PSL, PR, Novo, Avante, Podemos e Solidariedade, entre terça e quarta-feira.
A ideia, segundo Onyx , é desenvolver uma relação institucional, seguindo o “recado das urnas” dado nas últimas eleições gerais, no ano passado. “Todos os presidentes de partidos reiteraram a disposição de ajudar a construir uma relação que seja muito positiva entre o governo e o Parlamento. Todos compreendem que a urna nos deu uma atribuição de construir uma nova forma de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo”, afirmou.
Previdência
De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, há uma unanimidade entre os dirigentes partidários de que a reforma da Previdência é uma necessidade do país, mas ele evitou comentar o anúncio de partidos como o PSD, o PSDB e o MDB, que defenderam mudanças nas regras propostas para a aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Quando a gente estende a mão para o diálogo, a gente tem que respeitar o posicionamento de cada partido”, disse.
O ministro minimizou a possibilidade de os partidos não fecharem questão nas bancadas pela aprovação da reforma, o que, na prática, libera os parlamentares para votar como quiserem.
“O melhor fechamento de questão que tem é o convencimento, é entender que o Brasil precisa de todos”, argumentou.