Manifestação ocorreu após Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciar investigação sobre a transparência das urnas eletrônicas
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira que “não aceitará intimidações”, um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciar uma investigação por seu questionamento sobre a transparência das urnas eletrônicas.
“Não aceitarei intimações. Vou continuar exercendo meu direito de cidadão de liberdade de expressão, de criticar, de ouvir e atender, acima de tudo, a vontade popular”, disse Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada. “Eu jurei dar a minha vida pela pátria no caso de uma agressão externa ou interna. O Brasil esta sendo agredido internamente”, acrescentou.
A investigação no TSE vai apurar se cometeu os crimes de “abuso do poder econômico, corrupção ou fraude, abuso do poder político ou uso indevido dos meios de comunicação social, uso da máquina administrativa e propaganda eleitoral antecipada” em seus ataques ao sistema de votação eletrônica e à legitimidade das Eleições Gerais de 2022.
A mais alta corte eleitoral também pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue o presidente de extrema direita por supostamente espalhar notícias falsas durante uma transmissão do Facebook na última quinta-feira, na qual expressou sua convicção de que houve fraude nas duas últimas eleições presidenciais, informando que ele deveria ter vencido no primeiro turno em 2018.
“Interferem no executivo. Essa derradeira interferência, querer escolher, querer dizer a população que essa urna eletrônica é inviolável, é confiável, é abusar da inteligencia de todos nós”, disse o presidente nesta terça-feira.
Bolsonaro não pede o retorno das cédulas, mas sim que, após cada votação, seja impresso um comprovante na urna eletrônica para que os votos possam ser contados fisicamente.
Milhares de pessoas se manifestaram no último domingo em várias cidades do Brasil para apoiar o voto impresso e Bolsonaro disse na terça-feira que poderá participar de um novo protesto.
A intensificação da ofensiva de Bolsonaro contra o sistema eleitoral coincide com a queda de sua popularidade e com a publicação de pesquisas que preveem sua derrota contra o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.