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Bolsa fecha na pior queda desde 1998 e dólar termina no maior recorde histórico

Ações e moeda americana sentem os efeitos das inseguranças em relação ao avanço do novo coronavírus

Bolsa de Valores viveu outro dia de pânico em São Paulo 

A Bolsa fechou em queda de 14,76% nesta quinta, 12, aos 72.598,16 pontos. É a pior queda desde 1998. E o dólar, que começou o dia na máxima histórica de R$ 5,0280, recuou às 16h52min e chegou ao valor mínimo do dia, a R$ 4,7521. Mas ainda assim, terminou em alta de 1,41%, cotado a R$ 4,7891 – o maior recorde histórico de fechamento.

O cenário passou a ficar um pouco menos caótico após o Banco Central americano, Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), anunciar um programa de injeção de liquidez no mercado americano, de US$ 1,5 trilhão, entre esta quinta-feira, 12, e sexta-feira, 13, por meio de operações de recompra de títulos. O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, desacelerou o ritmo de alta. Às 14h10min, o dólar à vista tinha alta de 1,30%, a R$ 4,7835. No mercado futuro, o contrato para abril tinha queda de 0,72%, a R$ 4,7865.

Após B3, Bolsa de Valores de São Paulo, reabrir as negociações, o índice Ibovespa perdeu os 70 mil pontos, atingindo 19% de baixas, às 13h52min, aos 68.515,79 pontos. O índice Ibovespa acumulou mais de 15% de queda e paralisou as negociações por duas vezes no dia. A primeira utilização do “circuit breaker”, nesta quinta-feira, 12, aconteceu menos de 20 minutos depois do início do pregão, com mais de 11% de queda. Por volta das 11h13min, o dispositivo foi acionado pela segunda vez. A primeira pausa durou 30 minutos. A segunda, uma hora.

Desde que foi adotado em 1997, o mecanismo de suspensão temporária dos negócios foi acionado 22 vezes. Mas é apenas a quarta vez que a suspensão por uma hora ocorre. Neste mês, a Bolsa de Valores já se desvalorizou 30,86% e, no ano, 37,72%.

Já são mais de 14 mil pontos de baixa no índice. Assim que o segundo “circuit breaker” foi acionado, o principal índice à vista da B3 tinha queda de 15,43%, aos 72.026,68 pontos, caindo mais de 13 mil em relação ao fechamento da véspera. “Nunca vi um pânico assim e que tem como fundamento uma pandemia”, diz Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos.

Dólar

O dólar também abriu as negociações nessa quinta-feira, 12, em forte alta. A moeda americana começou o dia cotada a R$ 5,0280, maior valor nominal (sem levar em conta a inflação) desde o início do Plano Real. Para conter a alta, o Banco Central tentou injetar no mercado US$ 3,5 bilhões, mas conseguiu vender apenas US$ 1,6 bilhão. Após essa ação do BC, a moeda americana flutua entre R$ 4,85 e R$ 4,90.

As Bolsas norte-americanas também entraram em “circuit breaker” instantes após a abertura. Por lá, as bolsas foram travadas em queda na faixa de 7,00%, enquanto na B3, o Ibovespa travou ao despencar 11,65%, aos 75.247,25 pontos. Às 10h53min, os índices americanos voltaram a operar.

Tudo isso acontece em meio às incertezas para a economia global provocadas pelo avanço do coronavírus e ao temor com os rumos do ajuste fiscal no Brasil, após o Congresso aprovar uma medida que cria um novo gasto de R$ 20 bilhões ao ano para o governo, o mercado financeiro vive mais um dia de perdas. Além disso, o mau humor voltou a se estabelecer entre os investidores depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira, 11, a suspensão por 30 dias de voos da Europa para o país, exceto os que partirem do Reino Unido, como forma de conter a propagação do Covid-19.

Correio do Povo