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Bebês Reborn bonecas hiper realistas.

Bonecas hiper-realistas, conhecidas como Bebês Reborn, têm ganhado cada vez mais espaço nas redes sociais e, em alguns casos, ultrapassado os limites da fantasia infantil.

O tema foi abordado nesta quinta-feira (15) no programa Vai que é Tua, da Rádio Uirapuru, em entrevista com o médico psiquiatra Carlos Hecktheuer, que lançou luz sobre as origens emocionais e psíquicas desse tipo de vínculo afetivo com objetos inanimados.

Segundo o especialista, o apego excessivo a bonecas Reborn pode ser compreendido como uma manifestação de fetiche — conceito que, na psiquiatria, não se resume apenas ao campo sexual, mas está relacionado à substituição simbólica de vínculos afetivos ou da própria sexualidade.
“O fetiche é um objeto escolhido inconscientemente para representar a sexualidade ou uma carência emocional. Pode ser um pé, um cheiro, um casaco de couro — ou uma boneca”, explicou.

Para o psiquiatra, em muitos casos, esses vínculos representam tentativas inconscientes de lidar com sentimentos de solidão, desamparo ou traumas da infância.

“Essas pessoas criam um objeto feitiçante.

Elas projetam nesses bonecos a própria vida, o próprio ânimo.

É como se a boneca tivesse vida, porque quem a manipula está atribuindo esse sentido”, afirmou.

O fenômeno tem gerado situações inusitadas, como casos judiciais em que casais disputam a “guarda” da boneca durante separações. Também circulam nas redes sociais perguntas como: “posso levar minha bebê Reborn ao pediatra?”, ou “posso pedir atestado médico para cuidar dela?”.

Para Hecktheuer, o que parece absurdo à primeira vista pode esconder questões emocionais profundas.

Radio Uirapuru