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BC: Pix já cadastrou mais de 3,5 milhões de chaves

Novo sistema entrou em fase de teste nesta segunda-feira

O Banco Central (BC) registrou 3,5 milhões de chaves do Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos previsto para começar a funcionar em novembro, que entrou em fase de teste nesta segunda-feira.

Foram 200 mil cadastros em cerca de duas horas e meia de cadastramento. Até o início da tarde, já eram mais de 1 milhão. Apenas na primeira hora, foram cadastradas 50 mil chaves. O volume subiu para 200 mil por volta das 11h30min e superou a marca de 1 milhão uma hora mais tarde. Nas seis horas seguintes, mais 2,5 milhões fizeram o cadastro.

Desde as 9h, os clientes podem registrar as chaves digitais de endereçamento para enviar ou receber recursos em 667 instituições financeiras do país.

As chaves do Pix são uma combinação para que o cliente – pessoa física ou jurídica – possa, em até 10 segundos, pagar e receber dinheiro. A chave é composta por uma das três informações, número de celular, e-mail ou CPF/CNPJ, que o correntista deve digitar para fazer as transações.

Para o chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem), Carlos Eduardo Brandt, o interesse no cadastro das chaves indica o nível de expectativa e de valor agregado vislumbrado pelos usuários do Pix. “É número bastante significativo, considerando que estamos na fase inicial”, disse.

O BC realizou na manhã de hoje uma live, no Youtube, para esclarecer dúvidas sobre o início do cadastro de chaves do Pix.

De acordo com Brandt, todas as pessoas que tiverem conta em alguma instituição financeira, seja banco, fintech ou outra, poderão realizar as transações pelo Pix, que é uma forma alternativa aos tradicionais DOC e TED e outros tipos de pagamento. O cadastramento da chave é uma forma de facilitar ainda mais essas transações, já que ele identifica o recebedor sem necessidade de informar dados como número da instituição, agência e conta.

“É uma espécie de apelido para facilitar o envio de Pix”, disse. “Não é necessária a chave para fazer o Pix, mas sim para ter uma experiência fluida e facilitada. É um instrumento de conveniência. E se não tiver chave? A pessoa vai ter mais trabalho, porque vai ter que passar o seu conjunto completo de informações para quem vai fazer a transferência”, explicou.

Como cadastrar
Para cadastrar a chave, basta que o interessado acesse o aplicativo da instituição em que tiver conta e faça o registro, vinculando a uma conta específica uma das três informações: número de telefone celular, e-mail ou CPF/CNPJ. Há ainda a possibilidade de gerar uma chave aleatória, caso o cliente não queira compartilhar essas informações. Os dados vão para uma plataforma tecnológica desenvolvida e operada pelo BC, chamada Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT), um dos componentes do Pix.

Cada pessoa pode cadastrar até cinco chaves em uma mesma conta. Por exemplo: CPF, dois telefones e dois e-mails; ou dois telefones e três e-mails. Entretanto, cada uma dessas chaves pode ser vinculada a apenas uma conta, seja corrente, poupança ou pré-paga, ainda que na mesma instituição. Ou seja, o mesmo CPF, por exemplo, não pode ser cadastrado em duas contas diferentes. Assim, ao informar uma chave ao pagador, o recebedor sabe identificar em qual conta os recursos entrarão.

No caso de utilização do número de telefone celular como chave, o cliente pode reivindicar a posse de determinado número. Segundo Mayara, isso pode acontecer quando uma pessoa troca o número de celular e o anterior fica inativo. Nesse caso, as empresas de telefonia podem vender novamente esse número inativo, que pode ter sido cadastrado como chave do Pix. Assim, o novo cliente, caso queira cadastrar o número no sistema e ele ainda estiver vinculado ao cliente antigo, deve reivindicar a posse.

Pagamentos em lojas
O Pix vai funcionará 24 horas por dia e reduzir para 10 segundos o tempo de liquidação de pagamentos entre estabelecimentos com conta em bancos e instituições diferentes. As transações poderão ser feitas por meio de QR Code (versão avançada do código de barras lida pela câmera do celular) ou com base na chave cadastrada.

Brandt informou que já está disponível o protocolo de padronização de comunicação para as empresas, físicas ou virtuais, que quiserem oferecer o Pix como forma de pagamento aos clientes, por meio de QR Code. Empresas de energia elétrica e de telecomunicações também poderão utilizar a ferramenta para recebimento de faturas.

Ao entrar em funcionamento, o Pix va estar disponível apenas para transações dentro do país. De acordo com o chefe adjunto do BC, há intenção de interligar o Pix a sistemas similares para transferências do exterior.

Custos
O Pix é totalmente gratuito para pessoa física. Entretanto, essa gratuidade é mitigada do lado do recebimento “para que não se tenha utilização dessa conta de pessoa física nas situações de realização de negócios”, acrescentou Brandt. “Isso é uma exceção da gratuidade, quando a pessoa física coloca a conta para negócios”, disse. Nesse caso, o recebimento de vendas de produtos e de serviços pode ser tarifado.

Quanto às pessoas jurídicas, as instituições financeiras poderão cobrar tarifa tanto no envio quanto no recebimento de dinheiro por meio do Pix. Serviços acessórios ligados ao pagamento e ao recebimento de recursos também podem prever tarifa. Cabe às instituições financeiras definir o valor das tarifas, mas, segundo Brandt, o custo operacional para os bancos é de R$ 0,01 a cada dez transações.

Brandt esclareceu ainda que o BC prevê mecanismos para evitar fraudes dentro do Pix. Um deles é possibilitar um tempo adicional de verificação para as instituições envolvidas na transferência. Caso aquela que estiver recebendo a ordem identificar algum indício de eventual fraude, vai ter mais 30 minutos, durante o dia, ou 60 minutos, durante a noite, para verificar com mais detalhes essa transação.

As chaves do Pix são uma combinação para que o cliente – pessoa física ou jurídica – possa pagar e receber dinheiro em até 10 segundos. A chave é composta por uma das três informações, número de celular, e-mail ou CPF/CNPJ, que o correntista deve digitar para fazer as transações.

O Pix vai servir, não apenas para transferências instantâneas de dinheiro, como pode ser usado para o pagamento de boletos, de contas de luz, de impostos e para compras no comércio. Com a ferramenta, o cliente pode sacar dinheiro no comércio, ao transferir o valor desejado para o Pix de um estabelecimento e retirar as cédulas no caixa.

Agência Brasil