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Basegio renuncia ao cargo de deputado estadual

O deputado  estadual Diógenes Basegio (PDT) renunciou ao cargo na Assembleia Legislativa ao vivo no programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta sexta. “Renuncio em respeito a minha trajetória pessoal e profissional e aos meus familiares.” Ele leu o documento intitulado “Carta ao Povo Gaúcho”, composto por 14 páginas, onde apresentou os motivos que o levaram a tomar a decisão de abandonar o parlamento gaúcho. Em vários momentos durante a leitura chegou a chorar. Disse que sofreu um linchamento moral e que a renúncia serviu para “dar sangue a quem queria ver sangue”. 

Médico de formação, Basegio afirmou que nunca abandonou a Medicina. “Tenho para onde voltar e volto com orgulho para a Medicina”. Destacou que trabalhou durante todo o tempo do mandato para melhorar a vida das pessoas.

O parlamentar se queixou de não ter tido espaço em outros veículos de comunicação para ser ouvido. Disse que sofreu ataques pessoais de forma injusta. “A partir de um ato solerte e covarde, fui citado em matéria de âmbito nacional e jamais tive espaço para o contraditório. Fui alvo de uma campanha sórdida pela minha cassação”.

No lugar de Basegio, Juliana Brizola assume a cadeira na Assembleia Legislativa e Vinicius Ribeiro entra como suplente.

 

O ex-deputado revelou que agora vai buscar se defender na Justiça Comum. Relatou que vai fazer vir à tona “as verdades que não deixaram mostrar”.

Processos contra Basegio

No último dia 10 de novembro um novo processo foi aberto pelo Corregedor-Geral da Assembleia Legislativa (AL) do Estado, Marlon Santos (PDT), contra Basegio. Os dados levantados pelo Ministério Público envolvem os cargos de confiança (CCs) e uma lista feita pelo deputado. A suspeita é de que esses novos valores apresentados sejam relativos ao pagamento de parte dos salários dos CCs a Basegio. 





CCJ rejeita relatório que pedia suspensão de Basegio

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa rejeitou na terça-feira da semana passada o relatório do deputado Ciro Simoni (PDT) que solicitava a suspensão do deputado Diógenes Basegio (PDT). Foram dez votos pela não suspensão e dois a favor. Apenas os deputados do PDT votaram pela aprovação do parecer.

Justiça determina bloqueio dos bens de Basegio e ex-assessores

Em outubro, a Justiça havia determinado o bloqueio dos bens do deputado estadual e seus cinco ex-assessores. A ação por improbidade administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MP). Entre os ex-assessores citados, está Neuromar Gatto. Na ação proposta pela promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, o deputado e os ex-assessores são acusados de enriquecimento ilícito, lesão aos bens do Estado e perda patrimonial à Assembleia Legislativa. Segundo o MP, os fatos que deram origem à ação de improbidade tem relação com os delitos de peculato, concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os danos aos cofres públicos podem chegar a R$ 2,4 milhões. O que, considerada a multa prevista na Lei de Improbidade Administrativa de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial, atingiria a cifra de R$ 7,4 milhões. Assim, conforme compreensão do Superior Tribunal de Justiça, o valor do dano e da multa civil, somaria a importância total de R$ 7,5 milhões a ser levada em conta para fins de decretação de indisponibilidade de bens.

Denúncias

Basegio foi acusado, pelo ex-chefe de gabinete Neuromar Gatto, de recolher parte dos salários dos servidores do gabinete, de contratar uma funcionária fantasma, que supostamente recebia sem trabalhar, e de coordenar a alteração dos odômetros dos veículos do gabinete, fazendo o ressarcimento ser maior que o custo da gasolina realmente utilizada. O deputado disse que exonerou Gatto pelo fato de o servidor ter se envolvido em um esquema de fraude no uso do cartão para abastecimento. 

Segundo Basegio, as acusações são infundadas e o assessor o chantageou depois que ter sido denunciado ao Ministério Público (MP), por uso indevido de dinheiro público. O pedetista também salienta que o caso só chegou à imprensa porque Gatto queria se vingar da exoneração.

O julgamento da cassação de mandato de Basegio estava previsto para a próxima terça-feira 
Correio do Povo