Farmacêutica desenvolve um imunizante em parceria com a Universidade de Oxford, que deverá ter eficácia perto de 95%
O diretor executivo do laboratório farmacêutico AstraZeneca, Pascal Soriot, disse neste domingo (27) que o laboratório encontrou uma “fórmula vencedora” para fazer com que sua vacina contra a covid-19 tenha uma eficácia do mesmo nível da Pfizer/BioNTech, de 95%, e da Moderna, 94%.
“Acreditamos ter encontrado a ‘fórmula vencedora’ para atingir uma eficácia que, após duas doses, é tão elevada quanto todas as outras”, explicou Soriot ao jornal Sunday Times deste domingo sobre o composto que a empresa desenvolve com a Universidade de Oxford.
No entanto, Soriot se recusou a fornecer mais detalhes, à espera de publicar os resultados de novos testes em breve. AstraZeneca e Oxford publicaram em novembro os resultados preliminares de seu estudo clínico em dois grupos: um recebeu duas doses completas da vacina, com resultado de 62% de eficácia, enquanto o outro recebeu meia dose, seguida de uma dose completa mês depois, com eficácia de 90%.
De acordo com o “Sunday Times”, a preparação de Oxford e AstraZeneca – muito mais barata e mais fácil de preservar do que as vacinas da Moderna e da Pfizer – receberá a aprovação da autoridade reguladora britânica esta semana. Portanto, espera-se que o início do uso em pessoas se dê nos primeiros dias de janeiro.
Soriot acredita que sua vacina “deve ser eficaz” com as novas cepas do vírus, mas reconhece que “eles não podem ter certeza”. Portanto, ensaios adicionais serão necessários. Por acaso, o farmacêutico e o laboratório de Oxford já estão trabalhando em novas versões da vacina, caso sejam necessárias.
Produção no Brasil
O governo brasileiro firmou um acordo de compra e de transferência de tecnologia com a AstraZeneca no valor de R$ 1,3 bilhão. Com o contrato, a Fiocruz vai poder produzir a vacina na planta de Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro.
A expectativa do Ministério da Saúde é receber 100 milhões de doses da vacina de Oxford importadas até junho do ano que vem, sendo as primeiras 15 milhões até fevereiro. “No segundo semestre, já com a tecnologia transferida, podemos produzir com a Fiocruz até 160 milhões de doses a mais”, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no começo deste mês.