Após receber a faixa, Lula se emociona e promete “combater desigualdade dia e noite”
Mandatário apontou retrocesso com volta da fome e miséria no país
Lula se referiu à frente ampla montada antes e ao longo da campanha eleitoral e buscou ser conciliador, mesmo contra ferrenhos opositores. “Quero me dirigir aos que optaram por outros candidatos: vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, não apenas para quem votou em mim. Pelo futuro de todos”, salientou.
Antes, ele lembrou os que lhe deram apoio quando esteve preso no Paraná, antes dos processos nos quais era citado serem extintos pelo STF. “Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e cada uma de vocês, uma forma de lembrar e retribuir o carinho e força que recebi todos os dias do povo brasileiro na vigília Lula Livre, num dos momentos mais difíceis da minha vida”, comentou. “Hoje num dos dias mais felizes, a saudação que faço não poderia ser outra. Boa tarde, povo brasileiro!”
“Não existem dois Brasis. Somos um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e brasileiras. Compartilhamos uma mesma virtude, não desistimos nunca”, afirmou Lula. “Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, sabemos que é tempo de replantio.
Que a primavera há de chegar e ela já chegou”, sublinhou o mandatário. “Hoje a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança.”
Lula lembrou do primeiro discurso de posse e do combate à fome, que relatou ter sido cumprido durante os dois mandatos como presidente.
Ele embargou a voz e chorou, contudo, ao citar que a extrema pobreza voltou. “Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa. A fome está de volta, não por obra da natureza, força do destino. É um crime, o mais grave de todos que foram cometidos contra o povo brasileiro”, apontou.
“É filha da desigualdade, a mãe dos grandes males que atrasa o desenvolvimento do Brasil”, definiu, citando ainda cenas recentes de famílias buscando restos de osso em açougues e mercados, o que interrompeu o discurso com lágrimas novamente..
“Se queremos construir nosso futuro, conviver num país desenvolvido para todos e todas, não pode haver espaço para tanta desigualdade”, destacou o presidente. “A real grandeza de um país se mostra na felicidade do seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tantas desigualdade”, acrescentou.