Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que posição mudou após imagens do ex-ministro chefe GSI, general Gonçalves Dias, com manifestantes durante o dia 8 de janeiro
Um dia depois de líderes do governo pedirem o adiamento da sessão do Congresso destinada à leitura do pedido de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas – capitaneada por parlamentares do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – deputados da própria base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudaram de posição.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) disse que “o fato de hoje” mudou a posição do governo sobre a CPMI. “Se o presidente (do Congresso Rodrigo Pacheco) ler CPMI e partidos quiserem, vamos estar dentro.” Guimarães também afirmou que o governo vai ser o primeiro a indicar membros da comissão. “Queremos apuração ampla, geral e irrestrita, doe em quem doer.
Nesta quarta-feira, Gonçalves Dias era esperado na Comissão de Segurança Pública. Ele inclusive confirmou presença, às 10h, para se explicar para os deputados. Após ser noticiado que que ele aparecia em imagens do circuito interno de TV do Palácio do Planalto sem confrontar invasores golpistas que depredaram o prédio nos ataques de 8 de janeiro, Dias apresentou atestado médico, às 13h, justificando a ausência.
Deputados logo aprovaram em seguida uma convocação de Gonçalves Dias, obrigando-o a comparecer à Câmara para explicar as ações no 8 de janeiro. Mais tarde, ele pediu demissão, aceita por Lula durante encontro com o general.
“Governo está preocupado em aprovar reforma tributária”
Após anunciar apoio da bancada à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Guimarães (PT-CE) reforçou que a preocupação da atual gestão é apoiar as novas metas fiscais do país. “CPMI para quem é governo não serve, eu já fui oposição”, disse. “Governo está preocupado em aprovar reforma tributária, aprovar as novas metas físicas, piso da enfermagem, dinheiro para universidades, lei das Fake News”, disse em coletiva à imprensa.
Ele garantiu que o governo vai trabalhar para dar celeridade na tramitação do novo arcabouço fiscal, regra que, segundo ele, sinaliza credibilidade com preservação de investimentos em áreas sociais, cumprindo promessas de campanha.